O celular é indispensável para 43% dos 1.021 brasileiros ouvidos em estudo feito pela empresa de consultoria Oliver Wyman. Ou seja, são usuários que acordam e vão dormir usando o dispositivo móvel. Já para 49% dos entrevistados, o smartphone é uma necessidade e é usado para chamadas de voz, mensagens e necessidades básicas do dia a dia, como checar notícias e as condições climáticas. Somente 8% da amostra descrevem o aparelho como uma mera ferramenta para chamadas e mensagens.
63% dos indivíduos com menos de 35 anos estão dispostos a sacrificar seus hábitos de consumo para garantir as despesas com smartphones e contratos com operadoras. A proporção cai para 44% entre aqueles com mais de 35 anos.
Despesas com alimentação fora de casa (53%) são mais ameaçadas de serem dispensadas para garantir o consumo com smartphone. Gastos com academia (52%), compras de roupas (52%), assim como alimentação fora de casa (52%) também estão na berlinda.
Ao fazer um recorte entre os mais jovens pesquisados, há uma maior a disposição em cortar em outros tipos de consumo: 71% das pessoas de 18 a 24 admitem abrir mão de comer fora de casa; 72% deixariam de comprar roupas; 67% deixariam de viajar; e 69% gastariam economias feitas para sustentar gastos com celulares.
Não à toa que, por ser um item prioritário, os brasileiros procuram, também, por qualidade. Para 73% das pessoas pesquisadas, a qualidade dos serviços é o item mais importante em uma empresa de telecom. O custo do serviço vem em segundo lugar (14%), seguido por oferta de dispositivos (7%), oferta de aplicativos (5%) e oferta de conteúdo (2%).
Combos
Em relação aos modelos de contratos das operadoras, 50% preferem pacotes de serviços. Para 33% dos entrevistados é importante comprar todos os serviços de um único fornecedor, e 18% dizem estar dispostos a pagar um pouco mais pela conveniência de um pacote.
Serviços personalizados x LGPD
O brasileiro não parece se preocupar com o uso de seus dados em troca por um serviço mais personalizado. 59% dos 1.021 entrevistados estão dispostos a fornecer dados pessoais para esse fim. Quando se avalia essa tendência por faixa etária, 73% dos adultos entre 25 e 34 anos aceitam compartilhar suas informações e 71% dos jovens de 18 a 24 também concordam. Os entrevistados de 35 a 44 (59%) e 45 a 54 (50%) também estão abertos à prática. O índice cai para 43% entre os adultos de 55 e 65 anos.
Por outro lado, os consumidores se preocupam com possíveis violações de dados sobre saúde (47%), com invasões aos dispositivos domésticos conectados à rede (46%) e estão receosos com as inovações da inteligência artificial (41%).
Metodologia
A amostra brasileira do estudo internacional contou com 52% de mulheres e 48% de homens divididos em grupos de 18 a 24 anos (15%), 25 a 44 anos (48%); 45 a 54 (21%); e 55 a 65 anos (16%), em um total de 1.021 pessoas ouvidas.
Ao todo, a pesquisa ouviu 8 mil consumidores de oito países – Alemanha, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França e Inglaterra.