O Banco ABC Brasil, conhecido por atuar com soluções de crédito e serviços para empresas de médio e pequeno porte, está apostando suas fichas na digitalização para entrar em segmentos que antes não atuava, como pessoa física. A empresa opera com duas soluções no momento, o ABC Corporate, que é baseado no modelo tradicional como banco comercial e de investimento para empresas, e o ABC Personal (Android, iOS), uma conta digital de investimento para pessoa física, que começa com investimentos em R$ 35 mil – similar aos bancos premium, como Van Gogh e Personalité.
“Começamos como um banco (tradicional) de mercado e aos poucos vamos crescendo para o digital”, diz Gustavo Machado, diretor de negócios digitais do banco. “O intuito é ser um negócio ao longo de uma década. Não estamos olhando para o resultado. O primeiro foco é trazer inovação da conta PF para a conta PJ, além de ter outras fontes de captação”, complementa.
Por sua vez, Marco Mastroeni, diretor vice-presidente de produtos, canais, inovação e marketing do Banco ABC, lembrou que a instituição é bem conhecida como plataforma de investimento, mas agora pretende se posicionar também como “alternativa de investimento”. Ressaltou que não querem concorrer com outras soluções mais amplas, como a XP Investimentos.
Do papel ao digital
Um dos exemplos dessa conversão do papel para o digital é a suíte de APIs do banco. Iniciada dentro do ABC Personal, ela já é utilizada na estrutura de pessoa jurídica. O diretor explicou que, por meio do digital, está abrindo mercado para receber de empresas de médio porte: “O banco teve investimento em middle market anos atrás. Mas o desafio era escalar neste segmento. Hoje, isso já é possível no digital”.
A primeira fase está em andamento com empresas com valor de mercado de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, e a segunda fase será com empresas a partir de R$ 30 milhões, que será entre o final de 2019 e começo de 2020. Além das investidas para o segmento de pessoa jurídica, Mastroeni vê potencial também em ofertar soluções para microempreendedores e ampliar as ofertas do ABC Personal, como Tesouro Direto.
Inovação
Uma das principais fichas para a aposta do Banco ABC Brasil no digital é o seu laboratório de inovação em São Paulo. Apresentado para a imprensa nesta quinta-feira, 4, o espaço tem atualmente 60 profissionais de tecnologia e experiência do cliente que ficam fora da estrutura da instituição. O objetivo desse espaço é desenvolver novas tecnologias e projetos da instituição, ou seja, trazer soluções que acelere o negócio através da inovação. Soluções de onboarding, análise de dados, validações de informação e combate à fraude e lavagem de dinheiro estão no radar do banco.
“Hoje, a maior parte do nosso investimento é em tecnologia”, afirma Mastroeni. “A ideia é ser fluído, flexível e se adaptar. Tem soluções que trazemos de fora e começamos a fazer aqui, como o onboarding do app”.
O executivo diz ainda que a criação desse espaço não exclui sua parceria com a TOTVS no Idexo. Inclusive, vê com naturalidade uma correlação com startups que estão no Idexo e os profissionais no seu laboratório. Ele crê que o espaço de inovação da TOTVS é um para “buscar e validar” startups com potencial de serem parceiras no futuro. E não exclui a possibilidade de expandir e intensificar a relação com startups com apoio em outro centro.