O governo federal espera que a limpeza do espectro do 5G será similar ao processo feito para a inserção da TV Digital. Durante a abertura do Smart City Business nesta segunda-feira, 22, em São Paulo, o secretário executivo do MCTIC, Julio Semeghini, disse que a limpeza da faixa de 3,5 GHz deve acontecer primeiro pelas grandes cidades.
O 5G é visto como um dos temas mais importantes para o avanço das telecomunicações e, eventualmente, da Internet das Coisas (IoT). Semeghini ressaltou que o leilão da quinta geração da Internet móvel deve ocorrer no meio do próximo ano e que parte do dinheiro arrecadado será investido nas cidades.
“As cidades que forem se preparando e tiverem (mais aptas às) aplicações do 5G, terão acesso mais rápido. Por isso, é importante se preparar”, disse o secretário executivo, na presença de pelo menos três prefeitos de capitais (São Paulo, Curitiba e Porto Velho).
Atualmente, o 3,5 GHz é usado para TV por satélite (TVRO) em banda C e atende de 15 milhões a 18 milhões de habitantes. Sobre a relação com a radiodifusão, Semeghini disse que o setor “está alinhado” às ideias do governo, mas que precisa atender às necessidades dele.
Vale lembrar, o Comitê de Espectro e Órbita da Anatel avaliará a interferência do LTE e 5GNR na faixa espectral na próxima semana.
Smart Cities e IA
Semeghini adiantou parte do Programa Brasileiro de Cidades Inteligentes que será apresentado oficialmente na terça-feira, 22. O programa propõe: usar o montante arrecadado com o Fust para criar aplicações de IoT e em banda larga móvel e fixa, algo que pode trazer até R$ 2 bilhões em investimentos para o setor; e criar um padrão para smart cities usando modelos internacionais.
Outra novidade confirmada pelo secretário do MCTIC é a criação de quatro centros de inteligência artificial (IA). Dois centros serão no estado de São Paulo, e outros dois serão fora (a definir os locais). A expectativa é que a criação desses centros de IA custe entre R$ 60 milhões e R$ 100 milhões.