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Da esq. à direita: Roberto Marinho Neto, Grupo Globo; e Stelleo Tolda, Mercado Livre

Dos 30 milhões de usuários diários e 100 milhões mensais que o Grupo Globo tem em seus produtos digitais, entre 70% e 80% deles acessam em algum momento seu conteúdo via dispositivos móveis. A informação foi compartilhada por Roberto Marinho Neto, líder da divisão de esportes da companhia, em conversa com o Mobile Time nesta quinta-feira, 29.

Durante passagem pelo evento Meli XP em São Paulo, o executivo do principal grupo de mídia do País revelou ainda que espera um crescimento da companhia no segmento de publicidade digital com os produtos que possui, mas seu share na receita continuará sendo menor que aquele das mídias tradicionais.

“Nós teremos uma parcela de publicidade. Será importante, mas com margens menores, não será como era no passado”, disse Marinho Neto. “Estamos trabalhando com os parceiros para oferecer o mesmo ferramental (de publicidade) que os meus competidores dão. Isso é algo que reconhecemos que ficamos para trás”, acrescentou.

Sobre o negócio de assinaturas, o líder do Globo informou que pretende entrar mais nesse universo. Ele lembra que os seus competidores hoje são empresas de tecnologia mundiais, como Google, Amazon e Netflix, ante Abril, Record e outras mídias brasileiras. Mas ressaltou que tem como vantagem “ser o melhor produtor local” na atualidade, na disputa por este cenário.

Mudanças

No desenvolvimento do negócio da empresa para o digital, Marinho Neto destacou a transformação cultural e organizacional que o Grupo Globo passou nos últimos anos: “Passamos a ser uma companhia consumer-centric. É uma mudança cultural dos donos até os estagiários. Mas é um processo contínuo”.

O líder citou uma série de mudanças feitas na empresa como: troca de 80% dos principais executivos nos últimos cinco anos; a transformação do papel do Globo.com de provedor para integrador de tecnologia; o investimento em dados; e o estreitamento da relação com o consumidor.

Um dos principais ativos obtidos com os investimentos em digital foi a aquisição de 50 milhões de Globo Ids, ou seja, os dados cadastrais (com opt-in) dos consumidores. O intuito da companhia é trabalhar ações com públicos específicos.

“No digital você consegue entender os nichos que quer atender. A nossa capacidade produzir melhor para um determinado nicho – mas também produzir em massa – é o que nos permite crescer no futuro”, explicou. “Queremos transformar o usuário de TV aberta em digital. A TV aberta será distribuída digitalmente. Com isso eu consigo ter um comercial específico para cada pessoa”.

Investimentos

Em relação aos investimentos em startups de tecnologia, Marinho Neto disse que o Grupo Globo já investiu diretamente em 18 empresas. Antes o foco estava em companhias de fora do País, mas nos últimos dois anos vem aportando em firmas locais. No momento, o grupo quer investir em startups que tenham tecnologia para atuar em áreas como pagamentos, segurança, jurídico e recursos humanos. Rappi, Stone e Enjoei estão entre as empresas que receberam investimento do Grupo Globo nos últimos anos. O líder da divisão de esportes disse que, quando não consegue investir, busca fazer parcerias.

 

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