Durante o evento Meli XP nesta quinta-feira, 29, em São Paulo, o COO do Mercado Livre, Stelleo Tolda, afirmou que a companhia é um super-app. Em conversa com a imprensa, o executivo explicou que o aplicativo da companhia é um grande app do mercado, em relação ao segmento de finanças e varejo eletrônico, porém bem diferente e sem pretensão de ser uma plataforma multisserviços com comunicação, jogos e mídia, como o chinês WeChat.
“A gente é um super-app. Oferecemos uma série de serviços nos nossos aplicativos. Não como os apps chineses que são plataformas com várias funções. Por exemplo, eu acredito que o Mercado Pago é o mais completo em pagamento na indústria”, comentou Tolda. “Queremos oferecer a melhor solução e a melhor experiência no mercado de finanças (Mercado Pago) e varejo eletrônico (Mercado Livre)”, completou.
Entre os planos futuros da companhia para sua plataforma de pagamento, o COO pretende ofertar seguros aos consumidores. Também pensa em ampliar as ofertas de investimento para os usuários de sua carteira – atualmente, o serviço possui CDI. E cogitam obter uma licença bancária.
“A ideia da licença bancária está em aberto. Trabalhamos com parceiros e correspondentes (regulados no setor financeiro), mas também trabalhamos com a proposta de licença. Já somos regulados pelo BC – como licença de pagamentos -, mas podemos pedir a licença para desintermediar (das funções bancárias)”, completou.
Código QR
Tolda também abordou os avanços do Mercado Pago em QR Code. O executivo “vê com bons olhos” o desenvolvimento de pagamentos com código QR no Brasil e na Argentina. O COO disse que o meio de pagamento cresce a três dígitos, trimestre a trimestre: “Estamos expandindo o número de estabelecimentos, parcerias com marcas (como o McDonalds) e buscando o uso mais frequente. Queremos que o comprador do online passe a comprar no offline. Temos um número de grandes usuários no Mercado Livre, mas queremos que usem o Mercado Pago (nas ruas)”.
Meios de pagamentos
A conversa com os executivos do Mercado Livre ocorreu durante o lançamento da ampliação de crédito pré-aprovado para 3,1 milhões de clientes que usam o Mercado Pago para compras no marketplace. A fase anterior do projeto teve 350 mil clientes, sendo que 70% dessa base são clientes recorrentes ou receberam aumento no valor da linha de crédito, em uma carteira de crédito de R$ 119 milhões.
“Esse produto tenta capturar uma camada de consumidor que não tem cartão de crédito, como acontece nas Casas Bahia. Não há sobreposição ao cartão que lançamos recentemente. É complementar”, explicou Pedro de Paulo, líder da divisão Mercado Crédito no Brasil.
Focado em usuários que não têm cartão de crédito ou estão entre os 62 milhões de brasileiros negativados, a oferta de crédito se baseia em machine learning e no comportamento histórico do cliente. A taxa começa em 3,99% ao mês, mas pode variar se o sistema de aprendizado de máquina entender que o perfil do consumidor é diferente.
Nesta nova etapa, o limite de crédito começa em R$ 300 e pode chegar até compras de R$ 2,2 mil. O valor mínimo da compra é de R$ 50 mais frete. E o pagamento pode ser em até 12 parcelas com juros para compras via boleto bancário.
Mobishop
O conceito de “super-app” e as condições do mercado brasileiro para o surgimento de aplicativos desse tipo serão tema de um painel na segunda edição do Mobishop, seminário sobre m-banking, m-commerce e m-payment organizado por Mobile Time, no dia 8 de outubro, no WTC, em São Paulo. Estão confirmados para esse painel: Andreas Blazoudakis, CEO do Delivery Center; Daniel Stephens, diretor de produtos do Mercado Pago; Fernando Vilela, head de growth do Rappi; Rafael Catoto, diretor do Luizalabs do Magazine Luiza; e Rodrigo Gouveia, diretor de marketplace do Banco Inter.
A programação completa e mais informações sobre o evento estão disponíveis em www.mobishop.com.br, ou pelo telefone 11-3138-4619, ou pelo email [email protected].