A empresa da criptomoeda WiBX (Android, iOS) firmou uma parceria com a plataforma Mercado Bitcoin para fazer o câmbio de sua moeda nesta terça-feira, 17. As transações na plataforma começam em novembro de 2019.
Criada há cinco anos, a WiBX inicialmente atuaria como um programa de recompensas, similar a Smiles e Multiplus. Mas o sócio-fundador, Pedro Alexandre, começou a estudar blockchain e encontrou uma alternativa nas criptomoedas.
Com sua ICO lançada no mercado no final de 2018, a moeda foi desenvolvida por uma empresa de São José dos Campos ligada ao ITA, e funciona como uma plataforma de relacionamento e engajamento entre empresas e consumidores, como explicou Cássio Rosas, líder de marketing na WiBX: “A ICO foi de novembro do ano passado até o começo deste ano. De 19 tentativas no Brasil de ICO, só a nossa conseguiu passar inteira pela CVM”.
Inicialmente, a ICO da WiBX teve 12 bilhões de unidades da moeda. Atualmente há 1,5 bilhão em circulação. Até o primeiro trimestre de 2020, a companhia espera ter entre 3 e 4 bilhões de WiBX.
Como funciona
Rosas explicou que a plataforma tem como objetivo “gerar uma economia real” na relação entre empresas/marcas e consumidores. Pelo lado da marca, a companhia cria um anúncio de produto ou serviço, coloca em suas redes e dá tokens (que, acumulados, geram WiBXes) para interações em redes sociais e apps de mensageria.
Por sua vez, o consumidor baixa o app, se cadastra – com selfie e dupla autenticação – compartilha a campanha em suas redes, ganha tokens e pode trocar por dinheiro no Mercado Bitcoin, por produto dentro do app, ou via QR Code em um comércio participante. Importante frisar que os valores do WiBX variam com o câmbio da moeda, e a quantidade de tokens dados aos clientes são definidos pelas empresas.
“Nos testes que fizemos em São José dos Campos, um restaurante pequeno começou com interações nas redes sociais. Em 15 dias, com R$ 70 a R$ 80 de investimento, ele conseguiu fazer R$ 12 mil, devido às interações. A gente pega esse case como exemplo”, afirmou o executivo de marketing. “O grande lastro é a usabilidade da moeda, o uso dela no dia a dia. A pessoa não precisa entender de blockchain. Ela entende o real valor.”
Parcerias e negócios
Entre os primeiros grandes clientes confirmados, a WiBX tem: o Allianz Parque (WTorre), Camisaria Colombo, patrocinador e moeda do Pan Americano Master de 2020 no Rio de Janeiro, Movida e Editora Três. Mas o principal diferencial da plataforma é com pequenos empresários: ao menos 5 mil comerciantes estão inscritos na plataforma.
Seu modelo de negócios é baseado no câmbio da moeda com as empresas, mas também há um ganho de R$ 0,02 por transação feita pelo usuário final. No futuro, a WiBX pretende criar um modelo de SaaS para empresas gastarem recorrentemente na plataforma.
Tecnologia
Para a próxima fase da plataforma, Rosas explicou que trabalhará com adquirentes, pagamento por aproximação, biometria, app para iOS – que sairá nos próximos dias –, e lançará o aplicativo WiBX Go com gamificação para mais engajamento entre marcas e consumidores. “Ele funcionará para caçar moedas e para empresas oferecerem uma promoção e relacionamento da marca. A marca vai definir quantos moedas será possível usar para trocar por produto. Muito similar ao Pokémon Go”.
Rosas explicou que a WiBX terá pagamento com NFC (via carteira no celular), e considera o uso de biometria comportamental, como velocidade que digita e pressão que faz na tela: “Isso fará parte do processo para comprovar que o consumidor é ele mesmo”, afirmou.
Contudo, a próxima fase do projeto é parceria com adquirente. O intuito é aumentar a presença da moeda no comércio de rua: “Fechamos com o Pitaia Bank para liquidar operação de pessoa jurídica. Ou seja, se ele (comerciante) tiver uma conta no Pitaia, pode trocar por dinheiro na hora. A ideia é levar o WiBX para a boca do caixa e do comércio”, completou.