Arivaldo Ovum

Arivaldo Lopes, da Ovum, durante apresentação no Telco Transformation LATAM, evento que começou no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 18

As operadoras precisam se reinventar e criar novos modelos de negócios. Durante evento Telco Transformation LATAM, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 18, o assunto foi destaque. O motor de crescimento do setor se deslocou para serviços digitais e, com a chegada e  do 5G no mundo, as empresas de telecomunicações deveriam desenvolver e aprofundar parcerias com empresas digitais, como Facebook, Google, Amazon e Netflix, e se tornarem um hub de serviços para a casa do cliente, de modo que a gestão de todos esses serviços fique por conta da operadora, que, atualmente, é a provedora de Internet.

A sugestão partiu do analista principal da Ovum, Arivaldo Lopes. Para ele, a partir de 2023, com a consolidação da rede de quinta geração, as empresas de telecomunicações deveriam promover serviços para casa conectada. “De acordo com a nossa pesquisa deste ano, um domicílio tem, em média, cinco dispositivos conectados. Sem considerar os smartphones. Estamos falando de tablets, laptops, TVs, dentre outros. A multiplicidade de telas leva a uma multiplicidade de serviços. E, como as casas estão consumindo cada vez mais conectividade, essa é uma ótima oportunidade para as teles terem novas funções”, explicou.

Lopes admite que a operadora não consegue se adaptar rapidamente ao mercado. Seu legado é pesado e ela precisa lidar com ele, coisa que as empresas digitais não se preocupam, o que as torna mais rápidas. A Ovum estima que o mercado de telecomunicações gera US$ 1 trilhão de receita por ano, o que é enorme. Porém, cresce muito lentamente.

Do outro lado, as empresas digitais são ágeis e com capacidade de adaptação fácil. Para se ter uma ideia, o mercado de jogos digitais está avaliado em US$ 100 bilhões; o de smart home, em US$ 60 bilhões; e o de OTT (vídeo), em US$ 40 bilhões, segundo dados apresentados pelo representante da Ovum.

“O motor de crescimento da tecnologia se deslocou para os serviços digitais. Boa parte da receita das empresas vem daí. Porém, o setor de telecomunicações deve crescer, nos próximos cinco anos, apenas 1% ao ano. É lento. Enquanto isso, as competidoras, ou seja, as empresas digitais, crescem mais rapidamente. No mesmo período, a estimativa é de 10% ao ano. Por outro lado, as operadoras ainda oferecem a conectividade. E esse papel é fundamental. Elas precisam preservá-lo e se transformarem nas guardiãs da Internet”.

De acordo com o pesquisador da Ovum, até 2022, 76% da receita das empresas do setor de telecomunicações virão de três serviços: banda larga, dados móveis e TV. Para Lopes, as teles precisam procurar novos meios de crescimento por meio da diversificação. E a direção leva para os serviços digitais.

“O 5G é a primeira geração de rede que será lançada com o mercado já maduro. Por isso, a empresa que oferecer apenas mais velocidade não terá sucesso. Será preciso trazer novidades ao cliente. Serviços de cibersegurança podem ser interessantes. As principais razões para você não comprar em um determinado lugar é a segurança. Hoje em dia, as pessoas estão preocupadas com hackers e invasões. É um mercado nascente e as operadoras precisam desenvolver competências para terem condições de gerenciar esses serviços e diversificarem. 5G começa como evolução e se desenvolve como revolução”.

 

 

 

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