A startup LAR.App recebeu um aporte de R$ 4 milhões depois de sua primeira rodada de captação. A maior parte saiu do Global Founders Capital, fundo de venture capital alemão. Completam a rodada os investidores-anjo Brian Requarth, do VivaReal, e Bruno Nardon, do Rappi. O aporte será destinado à expansão da operação e melhorias na plataforma de gestão de condomínios residenciais. Não à toa que o aplicativo está em se nome.
Desde 2018 no mercado, a startup já transacionou R$ 3,5 milhões em operações ligadas à administração de condomínios. A LAR.App possui 20 condomínios sob sua administração, mais de 600 unidades administradas pela startup, sendo 70% dos condomínios usam o aplicativo todos os meses.
“O mercado de gestão de edifícios residenciais é carente de tecnologia. Os players são carentes de pessoas que entendam de tecnologia. Eles não sabem usá-la e estão parados nas décadas de 1970-80 em gestão e meios de pagamento. São antiquados e há muita perda de recursos. A questão é: por que não posso ter o mesmo profissionalismo que há no meu trabalho, na minha casa?”, resumiu Boz.
Com melhores práticas de gestão, a startup oferece uma redução inicial de cerca de 10% nos custos do condomínio. A proposta é ter uma gestão mais transparente dos gastos do condomínio, reduzir os custos das despesas e tirar o peso das tarefas do dia a dia do síndico. “Uma má gestão do condomínio pode deixá-lo mais caro, além de desvalorizar o imóvel. E outro problema é que o síndico está sempre resolvendo pepinos do dia a dia, o que sobre carrega demais essa pessoa, e que deveria ser o papel da administradora. Por isso ninguém quer exercer essa função”.
Apesar de ser inovadora em termos de tecnologia, a LAR.App faz exatamente aquilo que uma administradora convencional faz. Por isso, todas elas são concorrentes. “Fazemos gestão de condomínios. A diferença é que a gente vende um serviço e a prestação com o viés da transformação digital”, resumiu.
Diferencial
Mas as diferenças são grandes. Segundo o sócio-fundador da startup, as administradoras convencionais são lentas, pouco claras, cobram por fora vários serviços e gastos e confundem seus clientes. “Uma administradora tradicional vai dar um relatório de prestação de contas de umas 200 páginas por mês. Isso assusta porque nenhuma empresa que está na bolsa de valores tem isso. E o prazo médio de entrega do relatório é de 45 dias corridos. Fora que existe muita corrupção e é feito para você não entender. A nossa prestação é mais mastigada, didática e transparente”.
O LAR.App pode ser customizado de acordo com as necessidades do condomínio. O síndico pode disponibilizar determinados recursos para todos os moradores, outros podem ficar para os profissionais que trabalham no edifício.
O aplicativo conta com painéis interativos com dropdown das despesas e a entrega do relatório mensal leva entre dois e três dias úteis.
No aplicativo, além de ser possível ver os gastos em tempo real do condomínio, acessar a portaria para autorizar a entrada de alguém, os moradores podem pagar o condomínio dentro do app. A startup envia um boleto digital e o usuário pode pagar com cartão de crédito ou em débito direto automático (DDA). Mas muito em breve, segundo Boz, o LAR.App vai disponibilizar para cada edifício uma carteira virtual. Nelas, outra opção que vai entrar é o pagamento com QR Code. “É rápido, não tem custo e é mais fácil para se ter o controle”, explicou.
Plano de negócios
Atualmente, a LAR.app oferece dois planos: o Essencial, com mensais a partir de R$ 700, inclui gestão financeira, do eSocial, serviços digitais e cobranças extrajudiciais; e o Exclusivo, a partir de R$ 2 mil, com todos os serviços do anterior e que abrange ainda auxílio jurídico, controle patrimonial e de seguros e contratação de pessoal.
“Entre as nossas possibilidades mais caras, temos um preço 40% mais baixo do que a média do mercado de administradoras tradicionais. Elas, geralmente, cobram 5% do faturamento do condomínio para fazer a gestão. Futuramente, queremos mudar e transformar nosso modelo de negócios”, explicou Boz. De acordo com o sócio-fundador, a LAR.App quer que seu preço esteja atrelado a uma porcentagem da economia que o app gerou ao condomínio. “A gente quer revolucionar a precificação, o modelo de receita. Mas vai ser mais para frente”.
Futuro
A proposta é que o LAR.App não seja somente uma administradora, mas também um marketplace de produtos e serviços para os edifícios. Com contatos de fornecedores e prestadores de diferentes serviços, a empresa acredita que consegue negociar bons preços para todos. Dessa forma, o aplicativo é capaz de gerar outras receitas e pode cobrar preços mais justos. “Estamos validando nosso MVP e comprovamos que existe demanda”, disse Boz.