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A Motorola espera terminar 2019 com um aumento de market share no Brasil, de acordo com o gerente geral da Motorola no Brasil, José Cardoso. “Estamos crescendo mais que o resto do mercado. Com certeza vamos terminar o ano acima da média, cuja expectativa está entre 0% e 3%”, disse o executivo.

No primeiro semestre de 2019, o executivo explicou que a companhia cresceu 5,5%, quando comparado com o mesmo período um ano antes. Cardoso crê que o final de ano pode ser melhor, com um possível aquecimento da economia e aumento das vendas, após a aprovação da reforma da Previdência.

PPB

O avanço do novo texto da Lei de Informática também foi abordada na conversa. Cardoso disse que a companhia está analisando o novo texto e eventuais mudanças que podem ocorrer. Contudo, afirmou que a companhia manterá o compromisso de longo prazo e investimentos no Brasil, uma vez que possui um parque importante de fabricação e pesquisa.

Vale explicar, o projeto de alteração da Lei de Informática (PL 4.805/19) está em discussão na Câmara dos Deputados. Nele, o texto sugere “a substituição dos incentivos questionados no âmbito da OMC (leia-se IPI) por um mecanismo de crédito equivalente”. Com base na receita líquida da empresa, esse crédito permite aos fabricantes que investem em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia o “ressarcimento em espécie ou a compensação com débitos próprios, relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal”.

Portfólio

Cardoso explicou para Mobile Time a concepção do adiantamento da nova linha de smartphones da Motorola em seis meses. Na visão da companhia, a ideia é levar os handsets ao usuário quando a tecnologia mais requisitada estiver disponível e madura.

“Essa mudança está mais associada à disponibilidade de tecnologia. Antes, os lançamentos eram anuais. Agora, reduzimos o ciclo para trazer quando o usuário pede. É o caso das câmeras com mais tecnologia e baterias mais robustas”, disse.

O gerente geral da Motorola no Brasil acredita ainda que não haverá “canibalização” em sua linha de produtos. Uma vez que os novos modelos trazem uma proposta de valor diferente da anterior com melhorias técnicas e cruciais para o consumidor.

Peças asiáticas

Durante o lançamento dos novos handsets da Motorola nesta quarta-feira, 24, outro tema da conversa com o gerente geral da fabricante foi a possível dificuldade em conseguir peças, ante as disputas comerciais na Ásia. Cardoso explicou que a companhia não sentiu o impacto ou as dificuldades das brigas que atingem China, Japão e Coreia do Sul. No relatório financeiro do segundo trimestre, Yuanqing Yang, presidente da Lenovo, controladora da Motorola, disse que o impacto foi irrisório, pois a companhia se preparou e tem uma ampla cadeia de fornecedores em diversos países.

Vale lembrar, China e Estados Unidos travam uma disputa comercial que vem afetando importações de insumos fabricados no território chinês para outros países. Isso ocorre principalmente com o aumento de tarifas imposto pelo EUA aos chineses e vice-versa. Recentemente, os ânimos dos dois países foram apaziguados com um esboço de um primeiro acordo, no qual o governo de Pequim concorda em comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA e Washington recua de novas sobretaxas aos produtos chineses.

Além desse imbróglio, Japão e Coreia do Sul escalaram com sanções entre si, que impactam na proibição de vendas de insumos de tecnologia, como compostos químicos para fazer telas, chips e memórias. Gerando o pior grau de relações diplomáticas desde 1965, a disputa foi puxada por uma decisão da Suprema Corte sul-coreana que permitiu a abertura de processos dos sul-coreanos vítimas de campo de concentração na Segunda Guerra Mundial contra o governo japonês. Atualmente, a OMC está em tratativas com os dois países.

 

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