[ATUALIZADA em 30/11/2019] O Banco Maré (Android), está em vias de finalizar um acordo com uma adquirente para oferecer gratuitamente máquinas de POS para seus clientes. Sem poder entrar em muitos detalhes, Davi Monteiro, gerente geral da fintech, explicou que o banco e a empresa parceira devem assinar o contrato em breve e as máquinas estarão disponíveis ainda em 2019. Elas terão taxas para compras no débito e no crédito, mas Monteiro não pôde dar mais detalhes. “Estamos trabalhando duro para que ainda esse ano comecemos a vender”, disse em entrevista para Mobile Time após sua palestra no Wired Festival Brasil 2019, evento sobre tecnologia e inovação que aconteceu nesta sexta-feira, 29, no Rio de Janeiro.
A chegada das máquinas de POS entre os microempreendedores das comunidades onde atua o Banco Maré é também uma forma de incentivar as pessoas a saírem da informalidade. A fintech conta ainda com uma parceria com o Sebrae para estimular a regularização de pequenos comerciantes e empresários para se tornarem MEIs.
Monteiro explicou em sua fala no Wired Festival que o Banco Maré oferece a possibilidade de fazer transferências entre correntistas usando a criptomoeda deles, a palafita. Assim, se um morador compra um produto de outro morador e ambos são clientes do banco, o comprador pode pagar com as palafitas. “Como a moeda digital é equivalente ao real, não há diferenças ou contas a serem feitas”, explicou o gerente geral.
O Banco Maré usa na palafita a tecnologia de rastreamento blockchain para dar mais transparência às movimentações financeiras. “Dessa forma, conseguimos provar ao nosso cliente de que seu dinheiro está indo para o lugar certo”, conta.
História e perspectiva
A fintech nasceu na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, em 2016, com uma agência e seu app. Atualmente, conta com 30 mil usuários. A empresa possui postos de atendimento na Maré, em Ramos, no Rio de Janeiro, em Heliópolis, São Paulo, e em Arapiraca, Alagoas – esta última, fruto de uma parceria com a Caixa.
O Banco Maré oferece serviços de pagamento de contas – que pode ser feito tanto nas agências como pelo aplicativo – e um cartão pré-pago da bandeira Mastercard, onde o usuário pode fazer pagamentos normalmente, em reais. Importante dizer que por esse cartão é cobrada uma taxa de R$ 10 por mês, valor que é convertido em crédito pré-pago para o celular. “A gente percebeu que nossos clientes são usuários de celulares pré-pagos e eles já gastariam esse montante de qualquer maneira. Essa foi uma forma de monetizar sem causar impacto para o nosso cliente”, explica.
Para 2020, Monteiro disse que a fintech deverá expandir para mais comunidades no Rio de Janeiro e mais uma no nordeste. “A população do nordeste é uma das mais desbancarizadas”, justifica.