Nove clubes do futebol brasileiro lançaram seus chips de telefonia celular nos últimos dois meses: Bahia, Ceará, Cruzeiro, Fortaleza, Goiás, Internacional, São Paulo, Sport e Vasco. Outros dois (Santos e Fluminense) devem fazer o mesmo no começo do ano que vem. Há ainda mais cinco em negociação e até o fim de 2019 a expectativa é de que haja chips de 19 times. Todos esses projetos estão sendo desenvolvidos pela Dry, uma operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) credenciada que está conectada à plataforma da Surf Telecom, uma agregadora de MVNOs. A Surf utiliza a rede da TIM.
Os chips dos clubes são vendidos através da Internet, em sites criados para cada MVNO (por exemplo: www.chipdovascao.com.br e www.cruzeirocelular.com.br) e marketplaces, como Mercado Livre e aqueles da B2W, assim como em lojas de produtos licenciados de cada clube e pequenos estabelecimentos comerciais.
Os planos são pré-pagos. Para se diferenciarem do restante do mercado são oferecidos descontos extras ou prêmios para sócios-torcedores, como pacotes maiores de dados, assim como sorteios de experiências relacionadas ao clube, como entrar em campo durante uma partida ou assistir o jogo do camarote no estádio. Além disso, toda a margem de lucro na venda dos chips é revertida em benefícios para as torcidas, como aluguel de ônibus para jogos fora de casa, compra de camisas, fabricação de copos personalizados etc. Para cada time há um gerente ou supervisor dentro da Dry responsável em cuidar da operação, bolando as promoções em parceria com o clube.
“Começamos fazendo um trabalho forte com o departamento de sócio-torcedor. Podemos dar um desconto para quem já for sócio-torcedor, por exemplo. Então o plano fica muito atrativo. Daí você junta preço agressivo e paixão. Porque não basta a paixão: tem que fazer sentido no bolso do torcedor. Trabalhamos também com os centros de treinamento e as escolinhas. E em todos os jogos nós fazemos alguma ação de marketing. Estamos muito próximos ao torcedor”, relata Ronaldo Yoshida, diretor de estratégia e novos negócios da Dry, em entrevista para Mobile Time.
As ações variam para cada clube, de acordo com as características da sua torcida e estádio, assim como peculiaridades contratuais com seus jogadores.”No Ceará pusemos o chip embaixo dos bancos no estádio, o que não daria para fazer em outros em que as cadeiras são coladas. Outro exemplo: o São Paulo não permite usar imagens dos jogadores, enquanto o Bahia obriga seus jogadores a participarem das campanhas de marketing”, compara o executivo.
A Dry não abre o número de assinantes das MVNOs, mas revela que nesses primeiros dois meses de operação o destaque está com os times do Nordeste. “De todos os lançados, os times do Nordeste têm performance muito melhor que o restante. O Bahia e o Sport venderam três vezes mais que o São Paulo e o Cruzeiro quando lançaram. Os que mais vendem hoje são Bahia e Ceará. Mas isso está ligado à fase de cada clube e ao perfil do seu torcedor. O nordestino é muito fanático”, comenta.
Fórum de Operadoras Inovadoras
O mercado brasileiros de MVNOs terá um painel de debate no Fórum de Operadoras Inovadoras (antigo Fórum de Operadoras Alternativas), cuja terceira edição acontecerá no dia 30 de março, no WTC, em São Paulo. O evento também tratará de redes de Internet das Coisas e inovações diversas em redes de telecomunicações no Brasil. A programação será divulgada em janeiro, mas ingressos antecipados já podem ser adquiridos com desconto de 20% através do site do evento (www.operadorasinovadoras.com.br), ou diretamente com a equipe de vendas do Mobile Time, pelo email [email protected] ou pelo telefone 11-3138-4619. O Fórum de Operadoras Inovadoras é um seminário de negócios organizado por Mobile Time e Teletime.