A maioria das pesquisas e dos dados existentes sobre uso de aplicativos móveis no mundo provêm das lojas oficiais de apps para Android e iOS, chamadas Google Play e App Store, respectivamente. No entanto, existem diversas lojas alternativas, algumas delas mantidas por fabricantes ou operadoras, e outras tantas menos seguras e que acabam atraindo o público por não exigirem cartão de crédito em seu cadastro ou por oferecem versões piratas gratuitas de apps que são vendidos nas lojas oficiais. Não raro, em razão da falta de fiscalização e/ou de ferramentas de segurança, muitos desses canais alternativos acabam sendo fonte de distribuição de códigos maliciosos travestidos de jogos ou utilitários reais.

No segundo trimestre deste ano, a Axur, empresa de segurança digital especializada em varrer a Internet à caça de versões piratas de aplicativos de marcas conhecidas, encontrou 2,3 mil APKs falsos voltados para o público brasileiro. A maioria eram versões falsificadas de instituições financeiras (53%) e de varejistas (33%). A empresa chega a remover de 300 a 400 APKs falsos de uma única marca por mês.

lojasalternativasDiante desse cenário, pela primeira vez a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box mediu o uso de lojas alternativas para download de aplicativos e o resultado comprova a popularidade desses canais: 39% dos usuários brasileiros de smartphone confirmam que já baixaram algum aplicativo fora das lojas oficiais. O hábito é mais comum entre homens (48%) do que entre mulheres (31%). E é maior entre os brasileiros das classes C, D e E (41%) do que entre aqueles das classes A e B (30%), o que confirma o motivador financeiro na busca por tais canais. Há também diferenças significativas por faixa etária: quanto mais jovem, maior a probabilidade de ter já ter baixado um app em lojas alternativas. No grupo entre 16 e 29 anos, 53% experimentaram. A proporção cai para 34% na faixa entre 30 e 39 anos e para 19% no grupo com 50 anos ou mais.

É importante ressaltar que lojas independentes não são necessariamente sinônimo de distribuição de conteúdo pirata ou malicioso. Tudo depende dos processos e critérios de publicação adotados por cada canal. Dito isso, as lojas alternativas mais usadas pelos brasileiros para download de apps são: Aptoide, Baixaki, Galaxy Store (loja oficial da Samsung) e Uptodown. Estas foram as mais citadas pelos entrevistados que declararam já ter baixado apps fora da Google Play ou da App Store.

A pesquisa entrevistou 2.002 brasileiros d 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone entre os dias 13 e 24 de novembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%. O relatório integral pode ser baixado aqui.

 

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