O vice-presidente do Mercado Pago, Túlio Oliveira, confirmou que o a fintech tem o objetivo de se tornar um operador completo de adquirência até o final de 2020. Em conversa com a imprensa nesta sexta-feira, 24, o executivo explicou que pretende sair do formato de subadquirente para atender por completo os seus clientes.
“É um caminho que seguiremos. A adquirência deve chegar em algum momento neste ano”, disse o VP da carteira digital. “Com a adquirência tenho mais liberdade para criação de produto e posso atender – mais assertivamente – o meu cliente”.
Questionado como fica a parceria do Mercado Pago com outros adquirentes, como a Cielo, Oliveira disse que haverá um processo gradual de desconexão, e que esses associados já foram avisados que acontecerá neste ano ainda.
Consolidação
Outro tema abordado na conversa com os jornalistas foi a possibilidade de consolidação do mercado de pagamentos. Oliveira acredita que o mercado caminhará para consolidação, mas demorará alguns anos. Em sua visão, há muito espaço para crescimento no segmento de pagamento.
“Nós estimamos 18 milhões de empreendedores, em um mercado que tem 10 milhões de maquininhas. Temos mais de 90% de concentração bancária com os cinco maiores bancos do Brasil, além de uma parcela que ainda não é bancarizada. Então tem um espaço para crescer, seja com 8 milhões de empreendedores que ainda não têm POS ou com mais competição entre os bancos – e o BC está incentivando isso – ou alcançando os desbancarizados”, disse.
Questionado se o Mercado Pago cogita alguma aquisição no curto prazo, o VP da empresa disse que a companhia olha para quaisquer oportunidades de crescimento, seja com compra ou desenvolvimento de sua plataforma.
Resultados
O VP da companhia afirmou que o Mercado Pago é o maior negócio do grupo do Mercado Livre e, em vendas de maquininhas, é a segunda maior vendedora de maquininhas do mercado brasileiro, se comparar com os resultados dos rivais no terceiro trimestre de 2019.
“Saímos do momento que éramos uma empresa exclusiva para pagamento do Mercado Livre para ser uma conta digital e de oferta de crédito para o cliente”, afirmou. “Hoje o cliente já não precisa ter o relacionamento com um banco tradicional”.
Disse ainda que o Mercado Pago é a principal fintech da América Latina, com 25,6 milhões de pagadores únicos, US$ 7,6 bilhões transacionados, 3,3 milhões de máquinas com POS, de acordo com dados do terceiro trimestre. Destaca-se principalmente a operação com QR Code: são 16 milhões de clientes que podem usá-lo nos apps do Mercado Livre ou Mercado Pago, 170 mil vendedores que aceitam QR Code e 1,5 milhão de comerciantes com POS.