O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério da Saúde (MS) assinaram nesta quinta-feira, 30, um acordo de cooperação técnica que prevê a criação da Câmara da Saúde 4.0. O negócio faz parte da política de Internet das Coisas (IoT) do governo – o Ministério da Saúde coordenará a Câmara em conjunto com o MCTIC. A criação da Câmara é uma das ações previstas no Plano Nacional de Internet das Coisas, lançado pelo MCTIC em 2019 e que já conta com as câmaras da Indústria 4.0, Agro 4.0 e Cidades 4.0. A Câmara de Saúde tem como objetivos melhorar a assistência à saúde, aprimorando o monitoramento de tratamentos e promover a conectividade do cidadão, visando a integração com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTIC, José Gontijo, a Câmara é importante porque possibilita, a partir da conectividade, acesso a todos os lares brasileiros. “A proposta também envolve trazer todos os atores do ecossistema para trabalhar em conjunto pelas politicas da saúde assim como para novas inovações no setor”, disse.
O ministro do MCTIC, Marcos Pontes, destacou que um ponto que fica evidente no acordo assinado nesta quinta-feira é o trabalho conjunto entre as pastas do governo. “Hoje podemos trabalhar com os ministérios de forma coordenada, o que facilita alguns desafios para o País. E cria uma possibilidade de superar os desafios de maneira conjunta. O IoT vai revolucionar a maneira como nos comunicamos. Permitirá conectar a agricultura, as cidades, a indústria”.
Para o diretor do departamento de informática do SUS, Jacson Venâncio, “a iniciativa da câmara é mais um componente que prova que estamos indo no caminho certo. A partir da grande quantidade de dispositivos conectados, é possível acompanhar determinados tratamentos de saúde”.
O ministro da saúde, Henrique Mandeta, destacou que o projeto piloto do que seria a Câmara foi iniciado em Alagoas. “O estado foi escolhido porque possui menos de 20% dos atendidos no Programa Saúde da Família com acesso a recursos de informática. Temos o semiárido, uma região com bastante dificuldades. Esse piloto atrasou um pouco a instalação da Câmara”. Mandeta também disse que todos estão inseridos na Câmara: hospitais filantrópicos, hospitais públicos, privados, fornecedores etc. “Na Câmara teremos o controle de distribuição de medicamentos, controle de vacinas, dos prontuários. A proposta é conectar todos os habitantes ao SUS. Não escolheremos sistemas para ninguém. Cada um escolherá o seu. A partir dos dados coletados, vamos devolver análises dos dados para construir as melhores estratégias de saúde. A ideia é ter um sistema integrado para facilitar pesquisa, enfrentamento de doenças, controle de vacinas etc.”, disse.
A proposta envolve trazer todos os atores do ecossistema para trabalhar em conjunto pelas politicas da saúde, assim como novas inovações no setor. “Essa será uma Câmara extremamente participativa. E não trabalharemos mais com o cartão do SUS. Será por CPF. Com o tempo, vamos integrar todo mundo”, disse Mandeta.