Países que optarem pela restrição de fornecedores de infraestrutura 5G durante a implantação da tecnologia podem enfrentar um aumento de 8% a 29% ao ano nos custos totais com o lançamento. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Oxford Economics a pedido da Huawei, que tem enfrentado (e negado) acusações de risco à segurança cibernética em importantes mercados globais.

O relatório mediu a escala potencial dos efeitos gerados pela proibição de um fornecedor-chave em oito países: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido e Estados Unidos. “Nos EUA e na Austrália, a Huawei foi impedida de competir pelos contratos de infraestrutura 5G após preocupações expressas pela governo dos EUA sobre a segurança dos equipamentos”, relembrou a Oxford Economics.

“Já em vários outros mercados, incluindo Canadá, França, Alemanha, Japão e Reino Unido, os respectivos governos anunciaram que consideram a exclusão ou impuseram restrições parciais. É amplamente aceito que restringir um ator tão significativo da licitação de contratos levará a preços mais altos, atraso nos lançamentos e, portanto, uma difusão mais lenta das tecnologias”, completou a entidade responsável pelo estudo.

Para a definição dos valores, a Oxford Economics traçou cenários de adoção lenta, moderada e intensa da tecnologia 5G. Nos EUA, por exemplo, a restrição a um dos três principais fornecedores poderia gerar alta no volume de aportes de 8% (no cenário de implantação mais comedida) até 24% (considerando investimentos mais intensos). Essa quantia representaria entre US$ 500 milhões e US$ 1,5 bilhão adicionais ao ano.

No Japão, os valores poderiam alcançar entre US$ 700 milhões e US$ 2,1 bilhões; já no Reino Unido, o aporte extra foi estimado entre US$ 200 milhões e US$ 700 milhões, representando assim 29% de alta. O estudo ainda listou o efeito que a decisão geraria sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos países, bem como o atraso no acesso da população aos serviços.

Entre as razões do impacto está o cenário de duopólio que a restrição à empresa chinesa poderia causar, visto que a Oxford Economics não vê competidores aptos a absorverem a demanda de redes de acesso para além das já estabelecidas Ericsson e Nokia. “Dado o impacto revolucionário do 5G, os fornecedores de infraestrutura podem exercer plenamente seu poder de mercado e aumentar os preços ao máximo”, afirmou a consultoria, em menção ao cenário de investimentos mais intensos. Segundo o relatório, o market share global nas redes de acessos aponta para a Huawei na liderança (31%), seguida por Ericsson (29%) e Nokia (23%).

 

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