A Multilaser ampliará seu portfólio com foco em handsets 4G em 2020. De acordo com o gerente de produtos da fabricante, Fabiano Favero, a sua estratégia este ano é atingir uma camada de consumidores que as grandes OEMs de dispositivos Android (Samsung, Motorola, LG e Asus) não atingem.
“Em 2019, nós crescemos em volume mais de dois dígitos puxados pelas vendas de smartphones com Android GO. Antes, nós focávamos 80% do nosso negócio de smartphones em dispositivos de entrada 3G. Agora, eu quero ir para o 4G com o preço do handset começando a R$ 500”, disse o executivo.
“Queremos chegar aonde os grandes não chegam e suprir a ineficiência deles. Com produtos na faixa de preço do R$ 400 ao R$ 800. Neste segmento, o nosso diferencial será o desenvolvimento de produtos, ao inovar com boas funções e especificações”, completou. “Podemos escalar e ganhar mercado em R$ 800”.
Em desenvolvimento de produtos, o gestor da Multilaser acredita em uma receita com ingredientes como: bateria de longa duração, tela grande de alta definição com IPS e câmera dupla. Um exemplo apresentado por Favero é o Multilaser F, um handset que possui leitor de impressão digital, armazenamento de 16 GB (anteriormente era de 8 GB), com versões a partir de R$ 459.
Em conversa com Mobile Time, o gerente confirmou entre oito e nove modelos de celulares para 2020. Eles serão divididos em quatro famílias de smartphones (E, G, H e F, este último o mais caro e com câmera tripla traseira) e três de features phones (incluindo o modelo KaiOS, Multilaser Zapp).
Tablets e feature phones
Em outros dois segmentos que a Multilaser atua, tablets e feature phones, Fabiano explicou que a companhia terminou o último ano na liderança em receita e em volume de unidades vendidas no mercado nos celulares simples, e ficou à frente em receita nos tablets, mas atrás da Samsung em share em quantidade de peças comercializadas. Porém não compartilhou dados percentuais ou absolutos dessas categorias.
Seu desafio para 2020 em feature phones é fazer a migração para KaiOS, além de continuar na dianteira, ante uma competição que deve se acirrar em sua visão. Contudo, ele explica que o smart feature não ganhou tração nas vendas por enquanto. Para ele, o segredo do KaiOS é que os handsets tenham uma especificação similar a um smartphone de entrada, porém mais em conta, com 20% de diferença de custo entre o smartphone e o KaiOS. A entrada de mais aplicativos populares (como a Uber) no sistema operacional dos smart features também pode ajudar em sua popularização, segundo Favero.
Em tablets, a companhia possui sete SKUs e terá mais dois dispositivos em 2020. Para este ano, a Multilaser seguirá apostando em tablets nas faixas de preço intermediária e alta, com equipamentos de telas grandes, Wi-Fi, 3G, 4G e linha infantil, inclusive com dispositivos licenciados pela Disney. Por trás da estratégia de melhoria de produtos, a fabricante busca um aumento no tíquete médio.
Varejo e corporativo
Fabiano detalhou durante a conversa as estratégias de vendas para o varejo e mercado corporativo. Para o consumidor final, ele desconversou sobre a abertura de novas lojas da Multilaser. Mas explicou que a unidade do Shopping Pátio Paulista é “conceitual”, um espaço para o cliente “experimentar e degustar o portfólio de telefonia e tablets”.
No entanto, a principal aposta de Favero é em parcerias com varejistas e operadoras: “Entramos na Via Varejo e Magalu, temos parceria com a Amazon. Entre as operadoras, começamos com Vivo e TIM. É um processo mais demorado que as varejistas – demora em média três meses para liberar o handset na loja –, mas temos três de nossos produtos homologados na Vivo”.
Na estratégia com as operadoras, Fabiano explica que pretende alcançar o segmento corporativo com smartphones e tablets. Ainda nesta área, a companhia ganhou a parte de tablets LTE do edital do IBGE para o próximo censo, sendo que sua rival, a Positivo, ficou com a parte de smartphones do edital.
