Controladora da brasileira Vivo, a espanhola Telefónica divulgou nesta quinta-feira, 20, seus resultados operacionais para o quarto trimestre de 2019 e para o consolidado do ano passado. A empresa teve receita de 48,42 bilhões de euros (queda de 0,6% frente 2018, mas alta de 3,2% em termos orgânicos) e lucro operacional de 4,54 bilhões de euros (baixa de 30,4% em um ano). Já entre outubro e dezembro do ano passado, a receita caiu 4% (sendo alta orgânica de 2%), para 12,40 bilhões de euros.
O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) ficou em 15,12 bilhões de euros no acumulado do ano (queda de 2,9%) e em 3,67 bilhões de euros durante o último trimestre (alta de 3,8%). No geral, a margem OIBDA do grupo ficou em 31,2% ao longo do ano e de 29,6% no trimestre final de 2019.
A contribuição da filial brasileira no OIBDA foi a maior entre as operações da Telefónica (4,26 bilhões em 2019), com margem de 42,5% considerada um destaque pelo grupo. Segundo a matriz, a Vivo apresentou resultados sólidos em meio a um cenário competitivo mais racional, suportada pela expansão da base móvel pós-paga e da fibra ótica, o crescimento orgânico nas receitas e a melhora da atividade comercial.
Já as despesas operacionais totais em 2019 ficaram em 35,13 bilhões de euros, ou alta de 3,5% (entre as razões para o aumento esteve a internalização de sistemas e atividades de TI no Brasil). No quarto trimestre, a rubrica diminuiu em 7,3%, para 8,86 bilhões de euros.
Dessa forma, o lucro operacional atingiu 4,54 bilhões de euros entre janeiro e dezembro, uma queda de 30,4% frente 2018 (na abordagem “orgânica”, haveria alta de 1,7%). Apenas no último trimestre, o indicador registrou recuo de 14,4%, para 914 milhões de euros.
Por outro lado, a geração de caixa da companhia cresceu 20,6% ao longo do ano, para 5,91 bilhões de euros. Já a dívida financeira da empresa caiu 8% em 2019, totalizando 37,74 bilhões de euros em dezembro último.
Investimentos
Globalmente, os investimentos da Telefónica cresceram ao longo de 2019: foram 8,78 bilhões de euros, alta de 8,2% em um ano. Entre outubro e dezembro, houve aporte de 2,13 bilhões, ou um recuo de 12,8%. O investimento reportado no Brasil somou 2,01 bilhões de euros no consolidado (alta de 4,9%) e 519 milhões de euros no último trimestre (salto de 6,2%).
A Telefónica ainda divulgou a alocação de 1,50 bilhão de euros para compra de espectro. Grande parte do volume foi destinada para o leilão de 5G da Alemanha, cujas radiofrequências custaram 1,43 bilhão de euros à empresa.
De modo geral, a controladora da Vivo projeta estabilidade nas receitas e no OIBDA ao longo de 2020. A companhia ainda pretende efetuar o pagamento da segunda parcela de dividendos referentes à 2019 em junho, marcando dezembro como prazo para a primeira metade referente à 2020.
Operacional
Excluindo mudanças no perímetro geradas pela venda de operações na Guatemala, Nicarágua e Panamá, os acessos da Telefónica ficaram estáveis em 344,3 milhões; na comparação anual direta, contudo, houve queda de 3,4% na base total. Já a receita média por usuário (ARPU) avançou 4,3% no período.
Na telefonia móvel, a empresa concentrava 261,5 milhões de chips em todos os mercados até o fim de 2019, ou queda também de 3,4%. Destes, 138,1 milhões já estão em 4G (+17,7%) e 129,7 milhões são pós-pagos (+4,8%), ou praticamente 50% do total. Também houve salto significativo nas conexões M2M (22%, para 23,7 milhões) e nos acessos de banda larga habilitados por FTTx/cabo (alta de 8,1%, para 14,2 milhões).