A Uber começou a operar nesta segunda-feira, 2, com patinetes elétricos em São Paulo. Com o preço promocional de R$ 0,90 o minuto de uso, sem taxa de desbloqueio, a empresa atuará em bairros como Vila Olímpia, Moema, Itaim Bibi, Vila Nova Conceição e Jardim Luzitânia, e expandirá de acordo com a demanda. Vale lembrar que, em dezembro, a empresa lançou o mesmo serviço na cidade de Santos.
Segundo o diretor de novas modalidades da Uber na América Latina, Ruddy Wang, em entrevista para Mobile Time, a ideia é oferecer a melhor experiência possível e, portanto, ainda não há previsão de quando o preço será alterado e nem para quanto.
“Vamos sentir esse início. A área de patinete é dinâmica, por isso temos que aprender nesse momento como ele vai funcionar na cidade para expandir de acordo com a demanda. No longo prazo, vamos para outros bairros, mas não temos previsão ainda. O preço que definimos para cada mercado serve para garantirmos qualidade, segurança e o serviço em si. Os patinetes têm a questão da manutenção, da recarrega. Operacionalmente é mais complexo do que bicicletas, por exemplo. Hoje, nossa meta é manter o nível de qualidade que achamos necessária para atender. Mas estamos aprendendo para poder expandir e atender mais pessoas”.
Uber bem diferente da Grow
O Brasil recebeu os primeiros serviços de aluguel de patinetes por meio de aplicativos cerca de um ano e meio atrás. Porém, algumas empresas que expandiram rapidamente acabaram encolhendo ou encerraram suas operações. A Grin e a Yellow, por exemplo, juntaram-se para formar a Grow, que atuava em diferentes capitais do País, mas, em janeiro deste ano, a empresa anunciou o encerramento de suas atividades em 14 cidades e, atualmente, está presente em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.
A Lime também comunicou no início deste ano o fim de seus serviços na América Latina, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.
Para Wang, iniciar as operações de patinetes nesse cenário não é um problema. A experiência de 10 anos de atividades da Jump é uma aliada aos investimentos neste modal para a Uber. “Algumas pessoas pensam que a micromobilidade é uma tendência dos últimos dois anos. A Jump, que foi adquirida pela Uber, tem 10 anos e trabalha com bikes elétricas e patinetes. Já tivemos experiências para além da Grow. Não somos fornecedores apenas de aluguel de patinetes. No nosso aplicativo você pode pedir carro, refeição, pode ter informações sobre transportes públicos e, agora, pode alugar um patinete, que é mais um serviço que estamos oferecendo. Os usuários já estão entrando no nosso app diariamente para fazer alguma coisa relacionada à mobilidade urbana. Esse é o nosso diferencial e por isso nos vemos numa situação bem diferente dos outros provedores”, explica Wang. Não à toa que o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, vem chamando o aplicativo da empresa norte-americana de “sistema operacional” (operating system, em inglês) especializado em mobilidade urbana.
Bicicletas?
Wang explicou também que a Uber, até o momento, não tem a intenção de trazer as bicicletas elétricas da Jump, empresa comprada em abril de 2018, apesar do anúncio feito em abril de 2018 de que o serviço chegaria no Brasil em 2019. Mas o diretor de novas modalidades da Uber na América Latina também não descarta a possibilidade no futuro. As magrelas elétricas estão presentes em duas cidades da América Latina – Cidade do México e mais recentemente em Santiago –, mas sua vinda vai depender dos resultados da operação no País com os patinetes.
“Decidimos começar pelos patinetes e, de acordo com os resultados, vamos ver o desempenho de cada modal para elaborar um plano de expansão para o futuro. Não temos planos de trazer as bicicletas, mas os resultados de agora vão ser muito importantes para avaliar as opções para mais adiante”, disse Wang.