O mix do mercado brasileiro parece estar caminhando para, em breve, se tornar em maior parte composto por pós-pago, o que deve acontecer ainda neste semestre. No entanto, isso ainda não reflete a realidade da maior parte do mercado para o consumidor final – ou seja, os celulares. A tecnologia 4G é responsável por 62% da base brasileira, e nela há ainda uma predominância do pré-pago, com 53,55% dos acessos neste contexto. Os dados são divulgados pela Anatel e fornecidos pelas próprias operadoras. 

De fato, o segmento pré-pago ainda mostra crescimento no LTE: de 0,90% no mês, mas de 12,02% comparado a janeiro de 2019. O pós também cresce, mas ainda não suficiente para equalizar os dois modelos: 1,63% no mês e 21,51% no ano. Vale lembrar que a Anatel considera como pós-pago também os planos chamados de “controle”.

A modalidade pré-pago só apresenta queda em tecnologias legadas, como 3G e 2G, o que poderia indicar que boa parte da melhora do mix total seria decorrência da limpeza das bases e da migração de tecnologia. Observando-se a evolução do pós-pago de 3G, contudo, a tendência é muito mais estável entre todas as operadoras:

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No LTE, a história é outra. Tanto o pré-pago quanto o pós-pago mostram aumentos sucessivos (exceto em dezembro, quando houve queda no pré). Além disso, o pré-pago ainda é a maioria das linhas: são 83,347 milhões de acessos nessa modalidade, contra 72,291 milhões no pós. Confira na planilha da Anatel:

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Operadoras

Essa grande quantidade de chips pré-pagos 4G tem como maior responsável a TIM, que tem 23,487 milhões de acessos (de um universo de 32,359 milhões de chips pré-pagos da base da operadora), apesar de uma queda mensal de 0,23%. A Vivo aparece logo em seguida, com 22,206 milhões de pré-pagos nessa tecnologia, após um crescimento de 1,01% no mês. A Claro, contudo, foi a que mais aumentou sua base pré-paga em LTE no mês: 2,49%, totalizando 20,266 milhões de acessos, ainda sem considerar a Nextel. A Oi encerrou janeiro com 16,660 milhões de SIMcards 4G pré-pagos, aumento de 0,41%.

Considerando a base total, a TIM foi a empresa que mais desconectou pré-pagos no mês: 623,9 mil, totalizando 32,359 milhões de acessos, ou pouco mais de 60% de toda a base da operadora. Por outro lado, a Claro foi a que mais adicionou pós-pagos: 196,5 mil, totalizando 27,687 milhões de acessos, mantendo a mesma proporção de 50,5% no mix que tinha em dezembro. Considerando os números da companhia após a fusão com a Nextel, esse mix subiria para 53,4%, também o mesmo percentual do mês anterior. Confira no gráfico abaixo a proporção de pré e pós-pagos das quatro principais operadoras em janeiro, contabilizadas individualmente:

No geral, somando todas as empresas, o pré-pago voltou a cair em janeiro: 640,7 mil desconexões (redução de 0,55%), bem aquém dos 2,8 milhões de desligamentos de dezembro. Assim, começou o ano com 116,396 milhões de acessos, ainda a maior parte da base brasileira, 51,34%, apesar da redução de 0,29 ponto percentual no mês. Por outro lado o pós pago adicionou 679,5 mil chips, um aumento de 0,62%, totalizando 110,311 milhões de acessos, ou 48,66% do total do mercado brasileiro (aumento de 0,29 p.p.).

Tecnologias

A base 4G foi, mais uma vez, basicamente a única destinada ao consumidor final que cresceu em janeiro. Foram 1,906 milhão de adições líquidas, um avanço de 1,24%, encerrando o mês com 155,638 milhões de acessos. A Claro também se destacou nesse recorte, com o maior número de adições: 923,4 mil (aumento de 2,57%), totalizando 36,821 milhões de chips. A Vivo ainda é a líder no LTE, com 49,364 milhões, após aumento de 517,5 mil no mês (1,06%).

A tecnologia 3G desligou 1,515 milhão de linhas, das quais 1,060 milhão (70% desse total) eram de acessos pré-pagos. O WCDMA encerrou o primeiro mês do ano com 41,298 milhões de chips, somando todas as modalidades.

O 2G caiu 1,17% (351,4 mil desconexões) e encerrou o mês com 29,770 milhões de SIMcards. Já os acessos máquina-a-máquina (M2M) voltaram a um ritmo mais brando após a forte alta de quase 29% em dezembro. Desta forma, em janeiro o crescimento foi de 0,69%, totalizando 24,829 milhões de linhas.

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