70% dos fabricantes de eletroeletrônicos no Brasil estão sofrendo problemas de abastecimento de componentes e outros insumos em decorrência da crise de produção chinesa provocada pelo coronavírus, informa levantamento feito pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Trata-se de um aumento significativo em relação à pesquisa anterior, divulgada em 20 de fevereiro, quando 54% das empresas estavam impactadas. Os mais prejudicados são os fabricantes de computadores e smartphones. Foram entrevistados 50 associados da entidade.

Além disso, 6% das empresas estão operando com paralisação parcial de suas fábricas e 14% pretendem fazer o mesmo nos próximos dias. Outras 48% não têm planos de paralisar suas produções. Na semana passada, Mobile Time apurou que as fábricas da Samsung, da LG e da Motorola (que terceiriza com a Flextronics) haviam paralisado parte da sua produção no Brasil.

Na comparação com a pesquisa anterior, subiu de 17% para 21% a proporção de fabricantes que preveem que não atingirão suas metas de produção do primeiro trimestre. Essas empresas estimam que terão em média uma queda de 31% em relação ao que estava originalmente previsto. Na pesquisa anterior elas esperavam uma redução de 22%. Enquanto isso, 48% das companhias mantêm suas projeções do primeiro trimestre e 31% não responderam.

Se a crise de abastecimento durar mais um mês e meio, 54% dos fabricantes acreditam que haverá risco de entrega do produto final para os clientes.

Em entrevista para Mobile Time na semana passada, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, comentou sobre a dependência que o Brasil tem do mercado asiático e sobre a necessidade de se instalarem fábricas nacionais de componentes eletroeletrônicos. Ele acredita que isso só acontecerá se os custos do País forem reduzidos, o que depende de reformas estruturais, como a tributária.

 

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