As redes 5G entraram no mercado em 2018, e desde então expandem ano a ano. A nova tecnologia promete melhorar a velocidade da Internet, criar mais pontos de conectividade, e aumentar as possibilidades de conexão Internet das Coisas (IoT). Li uma pesquisa do Gartner que faz uma previsão de 20 bilhões de aparelhos conectados até o fim do ano, e é nesse ponto que nós, especialistas em segurança, entramos em alerta.
Veja bem, todo avanço tecnológico traz consigo novas possibilidades para cibercriminosos. Isso não significa que o 5G é ruim, mas sim que ele deve ser estudado, analisado, e que empresas de segurança da informação devem se preparar para a chegada dessa tecnologia.
Basicamente o que quero dizer é: criminosos podem ter mais fácil acesso a nossos dados pessoais se o 5G não for pensado corretamente. E para impedir isso, precisamos pensar em dois grandes pontos. Primeiramente, o 5G possibilita que mais aparelhos IoT se conectem à rede, criando uma nova superfície de possibilidades de ataques. E o segundo ponto levantado por outros especialistas é que a melhora na cobertura e conectividade aumenta a precisão da localização, o que pode colocar em risco usuários finais e governos.
Para o primeiro problema, envolvendo a IoT, a solução é simples: conscientização. Precisamos ensinar a população sobre os riscos da Internet das Coisas, e como se proteger de possíveis ataques, já que agora cada vez mais teremos aparelhos conectados coletando dados. Já para o segundo, é onde a legislação entra.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entra em vigor em agosto de 2020, e para nós especialistas de segurança, pode ser uma boa maneira de ajudar a melhorar a segurança do 5G. Como? Bom, a legislação obriga empresas de telefonia e operadoras a terem mais cuidado sobre os dados que armazenam e/ou têm acesso. Dessa forma, pode ser possível reduzir alguns danos que a precisão da geolocalização pode trazer.
Além disso, outra questão que os provedores de Internet precisam combater é a evolução de malwares que virão junto com a nova infraestrutura e implementar serviços e soluções de prevenção de ameaças que utilizem ML para lidar com o aumento e capacidade da rede.
O 5G é uma evolução necessária, um enorme avanço tecnológico, e como todo avanço, traz riscos, inseguranças e aprendizados. Penso que não podemos descobrir falhas e outros possíveis problemas sem antes vivenciá-los. Serão anos intensos na segurança da informação, mas com as leis de proteção de dados e profissionais capacitados, podemos superar esses obstáculos e utilizar o 5G tranquilamente.