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Lindália Junqueira, CEO e fundadora do Hacking.Rio (de microfone, à esq.), Vinícios Souza, Lorran Rodrigues, Gabriela de Salles, representante do Open D’Or

Durante o Hacking.Rio 2019, Vinícios Souza e os amigos queriam entrar no cluster da área de saúde. Sabiam que lá poderiam fazer a diferença. Do outro lado, ou melhor, do lado da equipe de mentoria, estava o time de desenvolvedores e médicos do Open D’Or Healthcare Innovation Hub, que atua como uma plataforma de empreendedorismo e inovação aberta do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), da rede de hospitais D’Or. Eles propuseram cinco opções de desafio à equipe Arcanjo. O time optou por aquele cujo objetivo era melhorar a experiência do usuário na emergência pediátrica de seus hospitais.

A solução pensada por Souza e seu time foi usar a API aberta do WhatsApp para desenvolver um chatbot. O robô seria aproveitado para que o paciente, durante o caminho até o hospital, passasse informações sobre seus sintomas. Dessa forma, a recepção e os médicos já saberiam o nível da gravidade do caso quando chegasse à porta da instituição.

“A princípio, não queríamos fazer um aplicativo que obrigasse a pessoa a baixar ou que tivesse que entrar num site para poder usar. A ideia era fazer uma aplicação em um dispositivo que ela já usasse, que já estivesse na mão da pessoa. Pensamos no WhatsApp, aproveitando que eles estavam liberando a API para desenvolver um chatbot”, explicou para Mobile Time Souza.

A solução foi tão elogiada pelos mentores e deixou a Equipe Arcanjo tão estimulada que, mesmo após o Hackathon, eles deram sequência ao projeto. Assim, o time foi convidado pelo Open D’Or para apresentarem o projeto a outras pessoas da instituição e, no fim, a equipe fez a pergunta que eles queriam ouvir: de que vocês precisam para dar continuidade ao projeto?

A resposta foi simples: “precisamos conhecer uma emergência hospitalar”, disse Souza na época. E, assim, ele e a equipe fizeram uma imersão de três dias numa emergência da rede D’Or do Rio de Janeiro para entender os caminhos percorridos pelos pacientes.

Como funciona

Para usar o chatbot, o paciente ou a pessoa responsável por ele, deve entrar no WhatsApp do hospital e digitar que quer entrar em contato com a emergência. O chatbot responde com um atendimento inicial, que é passado para a recepção do hospital. Assim, ele passa o que está sentindo, o que aconteceu, por exemplo, além de nome, número da carteirinha do plano, entre outras informações.

“A pessoa pode escrever em texto livre relatando os sintomas. A partir dessas informações, nossa inteligência artificial pega os sintomas e faz uma classificação de nível de emergência dessa pessoa. Seguimos o protocolo do hospital para poder classificar o grau de urgência e mandamos essas informações para o hospital para que eles já saibam quem está chegando com seus dados iniciais, sintomas e gravidade dela. Seria uma pré-triagem e um pré-check-in ao mesmo tempo”, explica Souza.

Ao chegar ao hospital, a solução envia um QR Code para o paciente mostrar na recepção. Se for um caso de muita urgência, a equipe de atendimento médico já pode ser recrutada para atender essa pessoa.

A ideia do Código QR é também calcular o tempo do atendimento em cada uma das etapas por onde o paciente passa: consulta, exame, medicação, entre outras. Souza diz que eles ainda não fecharam como esse código será lido, se por meio de totens, realidade aumentada ou outra solução. “Não queremos que fique chato para o paciente ou que ele tenha que pegar o celular o tempo inteiro. Ainda estamos desenvolvendo essa parte”.

O MVP está pronto e ganhou uma outra dimensão: se originalmente foi pensado para a emergência pediátrica, acabou sendo desenvolvido para qualquer emergência. Atualmente, a equipe está “desenrolando a parte burocrática com o WhatsApp”, explicou Souza. E a Equipe Arcanjo está permanentemente em conversas com o time do Open D’Or, núcleo responsável pela conexão entre startups inovadoras e os negócios da rede D’Or.

 

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