O aplicativo Homer (Android, iOS) tem como objetivo facilitar a venda de imóveis, fazendo a ponte entre o corretor que tem um imóvel para vender e aquele que tem um cliente comprador. Ou seja, a plataforma estimula a parceria entre os corretores de quem vende e de quem compra, que depois dividem a comissão, caso o negócio seja concretizado. Em quatro anos de operação, 23% de todos os imóveis cadastrados na plataforma foram vendidos através dela. O valor do total de imóveis cadastrados na plataforma soma R$ 476 bilhões, informa sua cofundadora e CEO, Lívia Rigueiral, em entrevista para Mobile Time.
Para utilizar o Homer é preciso ser um corretor credenciado pelo Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). Há mais de 40 mil cadastrados no aplicativo, representando aproximadamente 15% da base de corretores ativos do País.
No Homer, o corretor cadastra os imóveis da sua carteira, fornecendo dados básicos, como rua ou bairro, metragem, preço etc, mas não o endereço completo e nem fotos. Se quiser, pode incluir o link para um anúncio do imóvel em algum marketplace, como Viva Real e Zap, aos quais o Homer está integrado.
Se o corretor tiver um comprador interessado em imóveis cujas características não se encaixam em nenhum daqueles da sua carteira, ele usa o Homer para buscar parcerias. Neste caso, informa na plataforma as características do imóvel que seu cliente comprador procura. A plataforma trata de fazer o “match” com os imóveis cadastrados. Primeiro oferece aqueles que melhor se enquadram no que o comprador procura. Depois, usa sua inteligência artificial para sugerir imóveis que se aproximam da descrição original.
Havendo interesse por alguma das sugestões, o corretor do comprador pode entrar em contato com aquele do vendedor por uma ferramenta de mensagens do Homer e tentar firmar uma parceria para dividirem a comissão caso o negócio seja efetuado. O aplicativo fornece um termo de parceria para ser assinado digitalmente entre os dois, como uma garantia de que o acordo será cumprido. Na visita do interessado ao imóvel uma ficha é assinada pelo cliente comprador. Nela, consta o nome do seu corretor, para servir de comprovação.
Vale destacar que o Homer tem um programa de comissão garantida, ou seja, se o corretor do vendedor não repassar a parte ao corretor do comprador, a empresa se encarrega disso. “A gente adianta a comissão e depois entra na justiça para receber. Com documentos assinados é raríssimo haver o ‘bypass’. Isso acontecia quando os acordos eram de boca”, explica Rigueiral.
Modelo de negócios
O Homer não cobra pelo trabalho de ponte entre corretores. Sua monetização vem de outra forma. Em parceria com diversos bancos, o Homer vende crédito imobiliário para os clientes dos corretores, ficando com uma parte da comissão paga pela instituição financeira. “A gente faz todo o estudo e o trabalho de pré-aprovação. Na prática, transformamos o corretor em um consultor financeiro do cliente”, descreve a executiva. Além disso, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Homer trabalha na captação de imóveis junto a proprietários e ajuda na escolha de um corretor para eles. Neste caso, a empresa fica com parte da comissão na venda. E sua inteligência artificial é aplicada para avaliar o imóvel pelo preço do mercado para que seja vendido mais rapidamente.