Governantes do mundo inteiro em países em diferentes estágios da pandemia do novo coronavírus começam a planejar como acontecerá a volta ao trabalho e o gradual fim do isolamento social de suas populações. Uma das poucas certezas é de que esse processo precisará ser feito com muita cautela e seguindo estritas normas de prevenção enquanto não houver um remédio ou vacina para a doença. Pensando nisso, a Engineering, companhia italiana de tecnologia da informação e consultoria em transformação digital, desenvolveu uma solução para evitar que funcionários de uma empresa se aproximem além de uma distância mínima considerada segura.
Batizada de “Smart Proximity”, a solução consiste em uma pulseira ou crachá com um sensor RFID que emite um alerta sonoro e luminoso (uma luz LED) quando estiver perto de outra pessoa com o mesmo dispositivo. Através de um software é possível programar qual a distância limite que as pessoas devem manter, o que pode levar em conta as condições do ambiente de trabalho – se for um espaço fechado e pouco ventilado, a distância recomendada para evitar o contágio pelo novo coronavírus deve ser maior que em um local aberto e arejado, por exemplo. Também é possível configurar um tempo máximo para que duas pessoas fiquem próximas antes de soar o alerta.
“Isso dá confiança aos trabalhadores, ajuda na fiscalização e permite conviver com o vírus até a vacina chegar”, comenta Filippo Di Cesare, CEO da Engineering Latam, em conversa com Mobile Time.
O dispositivo também pode ser configurado para enviar informações via Wi-Fi ou Bluetooth, alimentando um um software de gerenciamento. Desta forma, a empresa contratante pode identificar em quais áreas ou departamentos a restrição de distanciamento físico está sendo mais ou menos respeitada. Além disso, se algum funcionário for contaminado pelo novo coronavírus, é possível rastrear rapidamente com quais outros empregados ele teve contato nos últimos dias e tomar as devidas providências, como realizar testes ou recomendar uma quarentena preventiva dos mesmos.
“Desta forma, é feita uma quarentena seletiva, em vez de isolar um departamento inteiro”, explica Di Cesare. “Mas se todo mundo cumprir o que o crachá ou pulseira alertam, ninguém precisa ficar de quarentena”, complementa.
A bateria dura cinco dias e pode ser recarregada por uma entrada USB ou por indução. A tecnologia do sensor é patenteada pela Engineering.
Projeções
O produto acabou de ser apresentado ao mercado e já há várias empresas realizando testes na Europa assim como algumas interessadas em fazê-lo no Brasil. Di Cesare prevê que haverá demanda por parte de companhias das mais variadas verticais e com diferentes ambientes de trabalho, de plantas industriais a escritórios comerciais.
“Não há economia sem saúde. Essa briga é falsa. É preciso conviver com as duas coisas, e precisamos de soluções modernas para isso, não medievais”, resume o CEO da Engineering Latam.
Quando a pandemia passar, a empresa acredita que a solução poderá ser aproveitada para outras finalidades, como evitar que um funcionário se aproxime de alguma área ou equipamento que ponha sua segurança em risco, dentro de uma planta industrial, por exemplo.