A Telefônica/Vivo também percebeu efeitos da retração econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus (covid-19) nos resultados operacionais do primeiro trimestre, apresentados nesta quarta-feira, 6, pela companhia. Com menor atividade comercial em março, a receita líquida do grupo recuou 1,4% nos três meses, para R$ 10,825 bilhões. Efeito semelhante havia sido sentido pela TIM, que anunciou seu balanço na terça, 5.

O desempenho geral foi impactado por por queda de 0,1% na receita líquida do segmento móvel, que totalizou R$ 7,070 bilhões, pressionada sobretudo pela queda na receita de aparelhos devido ao fechamento de lojas. O resultado não compensou o recuo de 3,6% da vertical fixa (que somou receita líquida de R$ 3,754 bilhões).

No geral, o lucro líquido da Vivo caiu 14,1% no primeiro trimestre, para R$ 1,153 bilhão, impactado por maior despesa de impostos no trimestre e maiores gastos com depreciação. Por outro lado, o Ebitda recorrente da companhia subiu 1,6%, para R$ 4,431 bilhão, devido sobretudo à medidas de eficiência de custos (que reduziram 3,3%). A margem do Ebitda recorrente cresceu 1,2 pontos percentuais, para 40,9%.

Mobile

A companhia registrou uma alta de 6,6% nos acessos móveis pós-pagos entre janeiro e março, para 43,725 milhões, ou 58,5% da base. No mesmo período, os acessos pré-pagos caíram 4,6%, para 31,024 milhões. Essa tendência de queda na base de pré-pagos já existia antes da crise do Covid-19.

A dinâmica contribuiu para alta de 0,1% na receita do segmento móvel (excluindo aparelhos), que chegou a R$ 6,489 bilhões, mas refletindo “uma base de comparação mais difícil em função do reajuste de preço antecipado dos planos Controle em 2019”. Com a queda de 2,9% na receita líquida de aparelhos, para R$ 581 milhões, o consolidado do negócio móvel recuou 0,1%.

No total, a empresa fechou o primeiro trimestre com 74,749 milhões de acessos móveis, ou alta de 1,7%: houve ganho de 0,8 pontos percentuais no market share (para 33%). Já a receita média por usuário (ARPU) da vertical recuou 1,7%, para R$ 29: no pré-pago, houve alta de 1,5%, para R$ 12,5, mas o pós-pago (excluindo M2M) registrou queda de 3,6%, para R$ 51,3, também afetado pela base de comparação mais forte no ano anterior. Mas o pré-pago teve queda de receita de 0,5%.

Já o M2M cresceu 19,8% em termos de acesso (10,407 milhões) e 4,2% em ARPU (para R$ 3). A empresa afirma ter encerrado março com 40,4% do share de mercado na vertical.

Fixo

No negócio fixo, o total de acessos no primeiro trimestre recuou 14,6% (para 18,333 milhões), mas a performance do FTTH foi comemorada pela empresa.

Na banda larga fixa, o número de acessos em fibra cresceu 30,4%, para 2,652 milhões, enquanto as demais tecnologias registraram baixa de 8,7%, para 6,741 milhões. Em termos financeiros, houve alta de 43,3% no faturamento do FTTH (para R$ 626 milhões), contribuindo para resultado positivo de 6,6% na banda larga como um todo (R$ 1,476 bilhão).

A receita consolidada do negócio fixo, contudo, caiu 3,6% (para R$ 3,754 bilhões) por conta de recuo de 18,8% nas receitas de voz fixa (para R$ 1,153 bilhão) e queda de 10,3% na receita com TV paga (para R$ 423 milhões), ainda que a tecnologia IPTV tenha registrado alta de 29,3%, para 258 milhões.

Já o segmento de dados corporativos e TICs teve crescimento de 13,8% no faturamento, para R$ 702 milhões. De modo geral, as “receitas que crescem” do negócio fixo ( FTTH, FTTC, IPTV e dados corporativos e TIC) passaram a representar 54,6% do faturamento do segmento, contra 45,4% dos ditos negócios legados.

Investimentos

Os investimentos realizados pelo grupo no primeiro trimestre somaram R$ 1,648 bilhão (queda anual de 2,8%), ou 15,2% da receita operacional líquida no período. O maior volume de recursos foi destinado para redes, ou R$ 1,384 bilhão, em recuo de 8,6% frente há um ano.

Já investimentos com tecnologias e sistemas de TI cresceram 21%, para R$ 201 milhões, enquanto a área de produtos e serviços, canais, administrativo e outros recebeu R$ 63 milhões, em alta de 278,2%.

Custos e fluxo de caixa

Os custos operacionais da Vivo somaram R$ 6,318 bilhões no primeiro trimestre, em queda de 4,5%; na base recorrente, o recuo no indicador foi de 3,3% (R$ 6,394 bilhões).

Ainda que o custo de pessoal tenha crescido no período (9,4%, para R$ 988 milhões), tanto a despesa de comercialização de serviços (queda de 9,6%, para R$ 2,004 bilhões) quanto o custo de mercadorias vendidas (menos 16,8%, para R$ 627 milhões) recuaram; iniciativas de digitalização e a menor atividade comercial por conta do covid-19 foram as principais razões, na ordem.

adiamento do pagamento de taxas regulatórias (Fistel, Condecine e EBC) no primeiro trimestre em função das medidas adotadas pelo governo para minimizar os impactos da pandemia afetou positivamente o fluxo de caixa da companhia, que, após pagamento de leasing, cresceu 81,9% no primeiro trimestre, para R$ 2,120 bilhões. Considerando fatores extraordinários como venda de torres, o fluxo de caixa atingiu R$ 2,590 bilhões (alta de 131%).

 

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