Meses após limitar, mas não proibir, a presença de equipamentos da fornecedora chinesa Huawei nas redes 5G do Reino Unido, o governo do país europeu estaria se preparando para reduzir a zero a participação da empresa nas redes de quinta geração até 2023, de acordo com a imprensa local.
As informações foram reportadas a partir da última sexta-feira, 22, por veículos como The Guardian e The Telegraph. Segundo as publicações, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ordenou a oficiais do governo a elaboração de um plano para zerar a participação chinesa na infraestrutura de telecomunicações do país dentro de três anos.
A decisão do governo britânico representaria uma reviravolta frente as medidas anunciadas pelo país em janeiro e elogiadas pela Huawei: na ocasião, o Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido decidiu que fornecedoras chinesas (incluindo também a ZTE) estariam barradas do fornecimento em funções do core de rede, consideradas mais críticas. Já nas redes de acesso, a participação não estaria proibida, mas limitada a uma participação máxima de 35%.
Pressões internas da base aliada de Boris Johnson e externas dos EUA foram creditadas como principais razões para a potencial mudança na postura; em mais de uma ocasião, o governo de Donald Trump sinalizou que caso o Reino Unido não banisse a Huawei do 5G, a colaboração em inteligência entre as duas nações estaria comprometida.
Oficialmente, o governo britânico ainda não se manifestou sobre o tema. Já a Huawei destacou em comunicado via Twitter que a participação da empresa no 5G do país foi assegurada em janeiro, permitindo acesso “às melhores tecnologias possíveis, mais opções, inovação e mais fornecedores”.
“Como uma empresa privada, 100% detida por funcionários e que opera no Reino Unido há 20 anos, nossa prioridade tem sido ajudar as empresas de telefonia móvel e banda larga a manter a Grã-Bretanha conectada, o que nesta atual crise de saúde tem sido mais vital do que nunca. Esse é o nosso histórico comprovado”, afirmou a companhia.