Um marketplace de APIs: assim pode ser descrita a GR1D. Fundada por Guga Stocco, ex-head de estratégia e inovação do Banco Original, a GR1D entrou em operação este ano e tem em catálogo cerca de 150 APIs de duas verticais: finanças e seguros. A proposta é concentrar em um só lugar uma grande biblioteca de APIs para atender às mais diferentes necessidades de desenvolvedores. De três a cinco novas APIs são adicionadas por semana. A expectativa é encerrar o ano com 400 APIs em catálogo e atingir 1,5 mil dentro de dois anos, informa Renato Terzi, CEO da GR1D. Para tanto, é analisada a adição de APIs de outras verticais, como indústria e telecom, diz o executivo, em conversa com Mobile Time.
A GR1D se encarrega do trabalho de curadoria das APIs que constam em seu catálogo. Ela conta com uma equipe que busca essas APIs no mercado e que procura convencer seus criadores a disponibilizá-las na GR1D. Há APIs para diversas funcionalidades e que podem ser divididas entre dois tipos: aquelas que prestam serviços, como enriquecimento de dados, OCR e emissão de boletos, e aquelas que vendem produtos, como seguros, empréstimos etc. Não raro, há mais de uma com a mesma finalidade, de criadores diferentes.
“É como um supermercado de APIs”, compara Terzi. E acrescenta: “Somos uma grande caixa de ferramentas para se montar a solução que e quiser para o cliente”.
Quem acessa APIs através da GR1D paga pelas chamadas o mesmo preço cobrado se o acesso fosse feito diretamente junto ao dono daquela API. Este, por sua vez, compartilha com a GR1D uma pequena parte dessa receita. No caso de APIs de venda de produtos, a GR1D fica com uma pequena comissão. Segundo Terzi, a participação da GR1D é muito menor do que o custo com vendedores próprios para os donos das APIs. De acordo com o CEO, não existe nenhuma outra oferta com esse modelo no mundo.
Cerca de 20 empresas já estão usando o marketplace de APIs. “Tenho um do cinco maiores bancos do Brasil e uma da cinco maiores corretoras com capital aberto consumindo APIs através da GR1D, e também temos corretora média, banco digital pequeno, banco digital que é braço de banco maior, operadora de cartão de crédito, enfim, temos clientes de todos os tamanhos. O segredo é ter alguém dentro da estrutura da empresa que entenda o valor do nosso negocio”, explica.
Mas há também resistência, especialmente por parte de software houses. “Encontramos de vez em quando um pouco de resistência. Conosco, um projeto de seis meses é resolvido em três semanas. Por isso, tem software house que enxerga a gente como competidora. Eu vejo o oposto: a software house tem a habilidade de fazer a integração e consegue reduzir o ciclo de desenvolvimento enormemente e manter o seu cliente sempre satisfeito”, comenta o executivo.
Próximos passos
Em breve os usuários da GR1D poderão dar notas e publicar comentários sobre cada API dentro da plataforma, tal como acontece em lojas de aplicativos. A novidade deve ser lançada em agosto. E até o final do ano a empresa deve escolher uma terceira vertical para oferecer APIs a partir de 2021.