No último dia 25 de junho o Partido dos Trabalhadores teve suas contas de WhatsApp bloqueadas. Ao PT, o app de mensageria mandou apenas um e-mail padrão dizendo que chegaram muitas reclamações e que, por isso, as contas estavam suspensas.
Na terça-feira passada (7), Gleisi Hoffmann, presidente do partido, escreveu em sua conta no Twitter que o WhatsApp “suspendeu o canal do PT de distribuição de notícias, legítimas e voluntariamente consentidas pelos usuários. Enviamos carta a Mark Zuckerberg pedindo esclarecimentos. É estranho o que está acontecendo”. Até o momento, a presidente do PT não obteve resposta.
Sem explicações ou aviso, WhatsApp suspendeu o canal do PT de distribuição de notícias, legítimas e voluntariamente consentidas pelos usuários. Enviamos carta a Mark Zuckerberg pedindo esclarecimentos. É muito estranho o que está acontecendo. https://t.co/NE0kt009T7
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 7, 2020
Três meses atrás, o PT contratou a empresa LEADwhats para organizar a presença do partido na plataforma. No WhatsApp, são 10 canais de transmissão voltados para a comunicação entre filiados, partidários e simpatizantes, totalizando cerca de 40 mil pessoas cadastradas. De acordo com o assessor do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Amaral, a função do canal é transmitir notícias, informações sobre ações do partido, mensagens e orientações do partido e seus dirigentes, devidamente identificadas. “Não é spam nem máquina de Fake News. Só recebe o zap do PT quem responde positivamente a um convite ou se inscreve, registra o número em seus contatos. Foi feita uma campanha de divulgação do Zap por meio de redes sociais do partido e de dirigentes e também foram feitos convites para adesão voluntária para os telefones de filiados do partido, exclusivamente”, escreveu Amaral em troca de mensagens com Mobile Time.
O PT reclama que não pode se defender da acusação de suposto disparos de mensagens em massa e que não há retorno por parte do app de suas mensagem pedindo explicações enviada no dia seguinte ao bloqueio.
Em comunicado, Hoffmann disse: “Não fomos informados das razões do bloqueio, sejam de ordem técnica ou referentes às normativas de uso da plataforma. Desta forma, ficamos impedidos de nos defender diante de qualquer alegação eventualmente feita contra o canal e até mesmo de corrigir falhas que desconhecemos”. E complementou: “A falta de resposta oficial ao nosso comunicado de 26 de junho denota falta de transparência na relação do Whatsapp e do Facebook e o bloqueio em si caracteriza prejuízo de nossos direitos como usuários da plataforma.”
Resposta
Em comunicado à imprensa, o WhatsApp mandou uma mensagem padrão, sem se referir ao caso particular do PT:
“Nossos produtos não foram projetados para enviar mensagens em massa ou automatizadas, que violam nossos termos de serviço. Por meio de nossos avançados sistemas de aprendizado de máquina somos capazes de detectar essas práticas. Constantemente, banimos contas por comportamentos abusivos: todo mês, mais de 2 milhões de contas são banidas globalmente. Estamos comprometidos em reforçar a natureza privada do serviço e manter os usuários protegidos contra abusos. Continuaremos a banir contas usadas para enviar mensagens em massa ou automatizadas e avaliaremos mais profundamente as nossas opções legais contra empresas que oferecem esses serviços, como fizemos no passado no Brasil.”
Perguntada por este noticiário quantos disparos o Partido dos Trabalhadores havia feito e se o bloqueio é temporário ou permanente, a empresa não respondeu.