Claro, Oi e Vivo gostam da proposta da TIM de construção de uma carteira digital comum voltada para clientes pré-pagos, mas nenhuma conversa concreta foi iniciada nesse sentido até agora. O interesse foi externado por representantes das operadoras durante o painel o painel “As novas alianças das operadoras em conteúdo e serviços digitais”, do Tela Viva Móvel 2020, evento virtual organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 11, e cuja programação segue na quarta, 12. O desejo de criar uma carteira em conjunto com as outras operadoras foi comentado pelo presidente da TIM, Pietro Labriola, na última convenção de vendas da companhia.
“Sempre que falamos de bancarização do pré-pago é importante. A maior parte (desses clientes) não tem cartão ou conta corrente. É uma base grande com alto potencial. Sim, temos interesse e estamos estudando (a ideia)”, disse Fabio Maeda, diretor de inovação e serviços digitais da Claro.
“Acho a ideia ótima. Faz sentido. A digitalização do cliente é muito importante. Faz sentido ter uma força multioperadora”, avalia Leonardo Hazan, gerente de conteúdo e serviços da Oi.
O diretor de inovação e serviços digitais da Vivo, Rodrigo Gruner, concorda que a ideia é boa porque “as operadoras têm uma força muito grande nesse segmento (pré-pago). Mas fazer a gestão disso será complexo.”
O head de marketing consumer e SMB, TIM Brasil, João Stricker, lembrou que as operadoras possuem um total de 300 mil pontos de venda, o que facilitaria a penetração dessa carteira digital: “O processo de bancarização e digitalização passa por um momento físico de cash-in e cash-out. O dinheiro em espécie ainda move muito a nossa economia”. “Temos expertise em lidar com o dinheiro (do cliente) hoje destinado a telecom e que poderia ir para outras coisas. A indústria de telecom tem uma força muito grande para explorar isso”, acrescentou.
Stricker lembrou, no entanto, que a operadora não tem a intenção de ser um banco – e justamente por isso fizeram uma parceria com o C6 Bank. “A gente viu a demanda com dezenas de milhões de contas abertas na pandemia da noite para o dia e a operadora tem muito a agregar numa situação como essa. As conversas eventualmente vão acontecer (entre as operadoras). Hoje não tem nada de concreto, mas acho que tem muito potencial para acontecer”, disse.
Publicidade móvel
Uma proposta semelhante também foi propagada aos sete ventos para unir os inventários relacionados à publicidade móvel. E, assim como a carteira digital, a ideia está apenas no ar, sem nada de concreto.
Fábio Maeda lembrou dos moldes de oferta de SMS feitas por integradores. O modelo unificado dá a comodidade para que as empresas não precisem contatar todas as operadoras para o serviço de envio de mensagens. “Esse modelo pode fazer sentido e facilita bastante o lado dos anunciantes, o lado comercial e o técnico”, resume o executivo da Claro.
Stricker também concorda que a solução em conjunto faz todo o sentido para os anunciantes “e temos um inventário muito rico, o que é possível usar e explorar bastante. Mas é preciso uma estrutura tecnológica para isso”.
O gerente de conteúdo e serviços da Oi, Leonardo Hazan, também concorda que uma proposta unificada de publicidade faz todo o sentido, mas lembra que existe como percalço uma frente de rentabilização dos inventários.
Tela Viva Móvel
A programação do Tela Viva Móvel continua nesta quarta-feira, 12, com painéis sobre inovação móvel em grandes marcas (Coca-Cola, GM, Credicard e MRV) e em startups (ChatClass, Turbi Nutrebem, Popsy e Pier). Confira a agenda e mais informações sobre venda de ingressos no site do evento: www.telavivamovel.com.br.