A pandemia do novo coronavírus está acelerando projetos de navegação gratuita em aplicativos do ensino público, em iniciativas lideradas por governos estaduais e prefeituras. Dez aplicativos de educação já foram lançados com navegação gratuita e outros três serão anunciados em breve, todos usando a plataforma da MUV. Ao todo, 2 milhões de estudantes já acessaram esses apps pela rede móvel sem descontar de suas franquias de dados – quem paga pela navegação são os governos.

Em sua maioria os aplicativos trazem o conteúdo das aulas e também oferecem a possibilidade de videoaulas ao vivo, o que faz com que seu consumo de dados seja bem maior que a média de um app comum. Para efeito de comparação, enquanto um app de banco consome 1 MB por mês em média por usuário, os apps de educação lançados pelos governos variam de 50 MB a 250 MB. Considerando a baixa renda das famílias dos estudantes da rede pública, a navegação gratuita ganha ainda mais relevância.

Entre os governos que adotaram essa estratégia estão os  dos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Paraíba e Minas Gerais, e a prefeitura de Salvador. Os contratos de navegação patrocinada são feitos diretamente com as quatro operadoras, que por sua vez contratam a MUV para uso da sua plataforma. O custo é de R$ 0,01 por MB.

Para acelerar os projetos, a maioria dos editais aproveitou os termos de referência usados pela prefeitura de São Paulo em uma iniciativa de navegação patrocinada para um app de atendimento ao cidadão com deficiência auditiva usando linguagem de sinais lançado no ano passado.

“Antes da pandemia, um projeto normal levaria de quatro a seis meses para sair do papel, desde a fase zero até o lançamento. Agora reduzimos para um mês e meio, no máximo dois meses”, relata Rafael Magdalena, cofundador e COO da MUV, em conversa com Mobile Time. Ele acredita que a maioria dos projetos de navegação patrocinada lançados este ano não estavam nos planos dos governos antes da pandemia, ou seja, só foram criados por causa da quarentena.

O grande desafio técnico é que a maioria dos governos utilizam soluções de mercado para ensino à distância, em vez de apps próprios. Ou seja, usam soluções de grandes marcas como Google e Microsoft. O problema é que nem todas são flexíveis e oferecem um SDK que permita a implementação de Internet patrocinada. “Nestes casos, os governos precisam criar aplicativos que são uma casca para login e menu, enquanto todo o conteúdo roda em webview”, explica Carlos Domingues, head de dados patrocinados da MUV.

Confira na tabela abaixo os projetos já lançados com navegação gratuita:

AplicativoGoverno
Centro de Mídia SPGoverno do estado de São Paulo
CMSP Educação Infantil e Anos IniciaisGoverno do estado de São Paulo
Minha Escola SPGoverno do estado de São Paulo
Secretaria Escolar Digital (SED)Governo do estado de São Paulo
Di@rio de ClasseGoverno do estado de São Paulo
Aula ParanáGoverno do estado do Paraná
EscoLARGoverno do estado do Espírito Santo
PBEducaGoverno do estado da Paraíba
Conexão EscolaGoverno do estado de Minas Gerais
SMED ConectadaPrefeitura de Salvador

 

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