| Publicada originalmente no Teletime | O presidente da Anatel, Leonardo Euler, confirmou que a pandemia do novo coronavírus afetará a precificação das frequências no leilão de 5G. Não apenas por conta do atraso na realização do certame, agora previsto para meados de 2021, mas também pela capacidade de investimento das operadoras.
Durante o terceiro dia do Painel Telebrasil 2020 nesta terça, 22, Euler ressaltou que as variáveis, como a alta do dólar, que tem muito impacto no Capex projetado, bem como no custo do capital, vão influenciar nas receitas projetadas e nas condições econômicas gerais das teles. “A crise afetou não apenas o cronograma do edital, mas com certeza impactará condições editalícias em termos de preço de referência e, por consequência, a própria abrangência dos compromissos de investimento que serão demandados em contrapartida”, afirmou.
Segundo analisa o presidente da Anatel, o problema é que a crise ainda está em andamento e, portanto, não se sabe em que condições o mercado estará. “Não sabemos quanto tempo durará a paralisação econômica, o quão profunda será a recessão e o quanto a cadeia global de suprimentos será interrompida”, diz.
Solução
O presidente da Anatel também prevê impacto na demanda. Isso porque, apesar de haver possibilidade de atualização da rede por software em muitos casos, continua sendo necessário produção de hardware, incluindo chipsets e aparelhos compatíveis – que, segundo Euler, “não são muitos” ainda. Para o consumidor, o 5G neste momento pode ser um item desejável, mas não indispensável.
O que pode ajudar a acelerar a implantação do 5G são os casos de uso, que a própria crise já indica haver espaço com a transformação digital adotada. “Telemedicina certamente será beneficiada”, diz Euler. A aposta é que soluções para diferentes verticais, incluindo para a chamada “quarta revolução industrial”, sejam os impulsionadores. “A própria retomada da atividade econômica dependerá da infraestrutura de conectividade digital e os efeitos transversais.”