Uma das grandes preocupações de futuros usuários do Pix está na segurança do meio de pagamento desenvolvido pelo Banco Central. Desde que sentaram à mesa para traçar o modelo dos pagamentos instantâneos, em 2017, o BC tem no tema seu pilar central. Foi o que assegurou Carlos Brandt, chefe-adjunto do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro (Decem), do BC, durante sua participação no primeiro dia do Mobishop, evento online promovido por Mobile Time que aconteceu nesta quinta-feira, 22.
“Temos os maiores especialistas em segurança discutindo (o tema)”, garantiu. “Vamos começar com uma base de dados boa de outros instrumentos e com maior cautela”, afirmou. Entre as medidas adotadas pelo BC para garantir segurança numa transação Pix está, por exemplo, nesta fase inicial, dar uma maior tolerância para que as instituições possam classificar as transações de fraude. Se cair em suspeita, a transação vai para um modo não instantâneo e a instituição tem 30 minutos (durante o dia) ou 60 minutos (à noite) para classifica-la. “Tempo necessário para verificar e complementar os motores antifraudes”, explicou Brandt.
O funcionário do BC disse ainda que todos os provedores de serviço de pagamentos (PSPs) terão seus mecanismos antifraude para buscar indícios de transações atípicas, inclusiva possíveis transações realizadas mediante coação, disse Brandt.
As instituições financeiras também poderão estipular limites transacionais para seus clientes e, os clientes mais cautelosos poderão eles próprios reduzir esse limite, caso sinta a necessidade.
Brandt citou como exemplo um caso em que a instituição limitou o valor do Pix, em determinado horário do dia, a 50% do limite de uma TED. “Começamos mais conservadores e ao longo do tempo a gente avança a partir das informações que tivermos”, disse.