O painel de 5G nos negócios do Futurecom 2020 em edição digital na manhã desta terça-feira, 27, mostrou uma clara divisão no setor entre os defensores das redes de acesso aberto (OpenRAN) no 5G ante aqueles que protegem a tecnologia de SingleRAN. Sun Baocheng, CEO da Huawei no Brasil, afirmou que as operadoras devem considerar “eficiência, custo, suavidade e habilidade” ao construir uma rede 5G e que o maior custo para essas empresas é de OPEX.
O OpenRAN não faz partes dos padrões tradicionais, como 3GPP. O executivo da fornecedora afirmou ainda que essa tecnologia não é madura: “É muito difícil instalar uma rede, pois a tecnologia 5G é complexa. Ao construir uma rede é importante considerar a confiabilidade”. Atendo-se apenas aos aspectos técnicos, Baocheng defendeu que o SingleRAN é “mais eficiente” e pode funcionar nas frequências de 700 Mhz, 850 MHz, 900 Mhz, 1 GHz, além das tecnologias anteriores ao 5G, como 2G, 3G, 4G, cujo padrão usado é o SingleRAN, além de economizar em energia nas estações.
Para Hugo Amaral Ramos, chief regional technologist para a CommScope no Caribe e América Latina, o OpenRAN desempenhará um papel fundamental na criação de um ecossistema “adaptável e competitivo”. Também defensora do OpenRAN, Marisol Penante, vice-presidente para a América Latina em serviço de comunicação na IBM Services, acredita que a tecnologia em cloud e padrões abertos são um capacitador das empresas do ecossistema para ampliar sua rede e fazer o onboarding dos fornecedores.
Importante dizer, a CommScope oferece produtos de OpenRAN para o mercado e recentemente investiu na compra de diversas patentes para o setor. E a IBM disputa com a Huawei no segmento de cloud.
Imbróglio
Vale lembrar, a Huawei não aderiu ao OpenRAN. Atualmente a tecnologia é uma das alternativas apresentadas pelo governo dos Estados Unidos a fornecedores tradicionais no 5G em relação aos fornecedores chineses, como a Huawei.
Em contrapartida, a Huawei se posicionou e disse que a tecnologia do OpenRAN é uma questão técnica e não política.
Por sua vez, o governo brasileiro, além de ter alinhamento com a administração Donald Trump, recentemente assinou com os EUA acordo de linha de financiamento que envolve investimentos em telecom, desde que não envolva a Huawei.