À medida que o mercado de pagamentos se desenvolve, novos modelos de negócio se adaptam às exigências em constante mudança do consumidor. Em um contexto de acelerado crescimento da economia em todo o mundo, a adoção de tecnologias capazes de modernizar e simplificar a dinâmica de transações de valores das organizações é cada vez mais o diferencial competitivo.
 
Desde 2017, a economia digital cresce 2,7 vezes mais que a tradicional, segundo estudo da Oxford Economics. O Fórum Econômico Mundial estima que a modalidade esteja crescendo em mais de 10% ao ano e, em breve, pode chegar a representar 25% do PIB global. A pandemia está fazendo o uso dos meios de pagamento online acelerar ainda mais, já que levou muitas empresas a buscarem canais digitais para manter suas operações ativas. Levantamento feito pelas consultorias europeias IJGlobal e M&E Global com 242 altos executivos de grandes bancos e outras instituições financeiras, revelou que 63% deles acreditam que a pandemia dará um empurrão significativo para a infraestrutura digital, à medida que as pessoas se tornam cada vez mais dependentes da conectividade. 
 
O pagamento instantâneo já é uma realidade
A América Latina sempre esteve um passo atrás em relação ao número de compras online, seja por limitações do investimento nas plataformas digitais, ou pelo baixo acesso da população aos serviços bancários. Com o crescimento do ecossistema e o advento do Real-time Payment (RTP), os meios de pagamento estão atravessando uma transformação sem precedentes. Praticidade, comodidade e rapidez passam a ser mandatórias em transações bancárias, abrindo novas frentes de negócios com a oferta de serviços diferenciados, a possibilidade de parcerias estratégicas e vantagens que antes não eram viáveis para usuários e empresas. 
 
No Brasil, em breve entrará em operação o Pix, novo meio de pagamento instantâneo regulado pelo Banco Central (BC), que tem feito muito bem o seu papel de órgão regulador para os bancos, e vem surpreendendo a muitos no apoio à inovação e modernização dos sistemas financeiros no país.
 
Além de aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, o Pix tem o potencial de criar mais competitividade e impulsionar a eficiência do mercado. Consequentemente, uma cadeia de benefícios surge para o setor: redução nos custos das operações, com a contrapartida de maior segurança e uma experiência aprimorada para os clientes; auxílio na promoção da inclusão financeira e o preenchimento de uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis, acelerando a trajetória de bancarização no país. Em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e a redução do custo social relacionada ao uso de instrumentos baseados em papel. 
 
Inovação constante: a alma dos negócios
Se você ainda não escolhe o site ou app que vai fazer uma compra, levando em consideração sua interface “bonita”, estável e simples de usar, ou ainda não compra um carro levando em consideração seu multimídia e motorização elétrica, acredite, as próximas gerações o farão.
 
Para inovar por meio de aplicações proprietárias, as empresas antes dependiam de fornecedores em todas as etapas, mas hoje o open source permite inovar bem mais rápido. Com atualizações mais céleres, o código aberto atende às mudanças nos requisitos regulatórios e consegue acelerar o time to market, além de dar liberdade para aperfeiçoar soluções em seu próprio tempo.
 
Agora “toda empresa é uma empresa de software” e, para os bancos, o conceito se encaixa muito bem. Com a transformação digital, já não importa mais se a agência física é convidativa e possui bom atendimento, mas sim se o banco online e o app são amigáveis e oferecem constante inovação. Diante das novas tendências de adoção de interfaces de programação de aplicações (APIs) abertas, crescimento dos pagamentos digitais e novas opções de pagamentos internacionais, as empresas são cada vez mais desafiadas a lançar serviços inovadores de forma ágil para superar a concorrência. 
 
Novos riscos à segurança exigem proteção avançada
A chegada de novas tecnologias pode impor novos riscos ao mercado, especialmente no segmento financeiro, onde os crimes virtuais são mais complexos e difíceis de prevenir. E o avanço desse inconveniente é frenético: em maio, o FBI registrou mais ocorrências de fraudes online do que durante todo o ano de 2019.  
 
Para o Pix, as questões de segurança ainda são incertas. Ao simplificar e “democratizar” os meios de pagamento, muito mais pessoas passam a ter acesso à tecnologia, o que pode provocar inúmeras vulnerabilidades e novas ideias para os criminosos usarem como engenharia social.
 
Com a inclusão de dados de biometria e o avanço proporcionado pelo aprendizado de máquina, a estratégia de segurança dos meios de pagamento necessita ser repensada, considerando uma aplicação mais sistemática dos padrões definidos pelo Payment Card Industry Data Security Standard (PCI DSS). Aqui o open source se destaca novamente, já que habilita organizações para desenvolver estruturas mais simples e adaptáveis, reduzir riscos e garantir a confiança dos fornecedores de plataformas de pagamento. 
 
Open source: catalisador de inovações tecnológicas
Em tempos incertos que demandam a implementação rápida de soluções personalizadas em larga escala, não há dúvidas de que o open source é a trilha de sucesso para os sistemas de pagamento. Não é por acaso que os bancos que já nascem na nuvem conseguem se destacar em relação às empresas estabelecidas. Essas organizações investem cedo, desde o princípio, em código aberto e em infraestrutura de cloud para conseguir entregar de forma mais ágil, escalável e inovadora. 
 
Essa estratégia vem pavimentando um roadmap de práticas recomendadas para o setor de meios de pagamento, adotado não somente por companhias mais tradicionais, mas também por governos e bancos centrais que buscam garantir seu lugar na era digital. Nesta nova realidade, a orquestração de containers e o ecossistema Kubernetes são fundamentais para conseguir escalar e gerenciar serviços sem abdicar da qualidade. Construir sistemas com aplicações leves, ter uma arquitetura moderna baseada em eventos e desacoplada é o que vai permitir rápidas mudanças quando necessário, possibilitando novos negócios e a inserção de novos parceiros, levando uma instituição ao topo da preferência e da relevância para os clientes.
 
Um software proprietário funciona bem, mas diante das atuais necessidades de atualizações e até personalizações constantes nos aplicativos, não há dúvidas de que o open source abre um caminho muito mais rápido e certeiro às inovações tecnológicas.

 

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