A Infobip está avaliando possíveis aquisições na América Latina a médio prazo, informa o vice-presidente global de vendas da companhia, Yuri Fiaschi, em conversa com Mobile Time.
“Aparentemente nosso mercado tomou a postura de: ou você vende ou compra. E com isso muitas empresas começaram e se movimentar. Nós vemos esse movimento com bons olhos porque trouxe uma boa atenção para o nosso mercado, mostrando todo o potencial que ele tem”, comentou o executivo. Fiaschi não citou nomes, mas houve algumas importantes fusões e aquisições nos últimos 12 meses no Brasil: a mais recente foi a compra da Smarkio pela D1 por R$ 85 milhões.
“A Infobip está monitorando de perto todos os mercados em que atua, e com certeza teremos movimentos interessantes no médio prazo. Visamos duas coisas especificas para medir qualquer movimento: participação de mercado e/ou de tecnologia. Muitas empresas estão à venda, mas apenas algumas delas podem ser chamadas de estratégicas, por isso a tomada de decisões precisa ser mirando o médio e longo prazo”, completou.
América Latina
A Infobip comemora em 2020 dez anos de presença nas Américas. Atualmente, a América Latina representa cerca de 10% do faturamento global da companhia, mas a meta é atingir no futuro uma participação de 20%.
A região desempenha um papel que vai além de simplesmente a geração de receita, como explica o executivo: “A América Latina para nós é um celeiro de ideias boas, de um mercado maduro, que adota novas tecnologias rapidamente. Isso nos ajuda a mostrar para outras regiões o que pode ser feito”.
A Infobip tem oito escritórios na região, sendo dois no Brasil, em São Paulo e Curitiba. Este último foi inaugurado no início de 2020 e tem como objetivo se tornar um hub de engenharia, educação e suporte ao cliente.
“Entre 2019 e 2020, nós expandimos diversos escritórios: Curitiba, Bogotá, Santiago, Cidade do México e Assunção. Isso mostra o quão importante é a região para a Infobip e quanto a empresa está disposta a investir nela”, afirma.
Desafios
O plano da Infobip para 2020 era focar no crescimento da oferta de sua plataforma de comunicação como serviço (CPaaS, na sigla em inglês). Atualmente 85% do seu faturamento ainda vem do envio de mensagens, mas o objetivo é equilibrar mais essa proporção, priorizando contratos atrelados ao sucesso do cliente. A meta é que a participação de mensageria seja reduzida para 70% no ano que vem.
O executivo destaca entre os desafios a médio e longo prazo a lentidão das empresas em tomar decisões envolvendo novos gastos. “As empresas têm sido extremamente cuidadosas com os gastos, especialmente as mais tradicionais, embora a digitalização impulsione certas verticais. O desafio é mostrar os benefícios das soluções, com foco muito mais no seu resultado do que no produto em si”, explica.
Fiaschi também aponta como desafio a política de revisão de preços das operadoras móveis na América Latina para o SMS A2P. “Isso tem sido um desafio enorme para o mercado, que afeta não só o presente como o futuro”, afirma.