Muitos trabalhadores brasileiros experimentaram durante o isolamento social causado pelo novo coronavírus os pontos altos e baixos de se trabalhar de casa e ter, de alguma forma, uma certa flexibilidade por conta disso. A pesquisa Workforce of the Future, realizada pela Cisco, perguntou aos trabalhadores quais eram suas expectativas com relação a seus empregadores de 2021 em diante. O resultado mostra que agora essas pessoas desejam manter aspectos conquistados na pandemia como: a possibilidade de escolher entre trabalhar em casa ou no escritório, além de poder gerenciar seus horários (88%); a rápida implementação de tecnologias inovadoras para se conectar no trabalho (83%); o gerenciamento da saúde mental e do bem-estar (81%); e colaboração com uma equipe, mesmo não estando na mesma sala (81%).
Antes da pandemia, apenas 4% dos respondentes faziam teletrabalho no Brasil. O índice era de 7% no resto do mundo. Porém, 88% dos entrevistados – no País e no mundo – esperam ter autonomia para decidir como e quando vão para o escritório.
Aos poucos o home office conquistou os brasileiros. Entre abril e setembro, 79% dos brasileiros ponderaram de forma positiva o trabalho em casa. Mudanças positivas estavam acontecendo à medida que os líderes demonstravam maior confiança em suas equipes para fazer o seu trabalho (54%). Com o tempo, os colaboradores conseguiram equilibrar melhor a vida em torno do trabalho, com 78% incluindo mais exercícios em sua rotina diária. Com o mesmo espírito, 39% desejam continuar viajando menos e usar o tempo de forma mais produtiva enquanto 51% preferem viajar menos pensando no meio ambiente.
89% dos entrevistados brasileiros acreditam que as empresas precisam fornecer a seus colaboradores tecnologias semelhantes tanto em casa quando no local de trabalho. E gostariam de ter mais treinamentos em tecnologia porque acreditam que mais habilidades digitais serão fundamentais para o sucesso dos negócios em 2021 (89%).
Os brasileiros entrevistados pela Workforce of the Future puderem se colocar no lugar de seus CEOs por um dia e 90% responderam que a implementação de tecnologias de cibersegurança para o trabalho realizado em home office era necessário. A segurança cibernética também deveria ser uma prioridade no orçamento de 2021 para 35,5% dos pesquisados, vindo atrás apenas de investimento em tecnologias necessárias para tornar o funcionário ainda mais produtivo e efetivo (50%). Os entrevistados também apontam que o oferecimento de tecnologia para tornar o escritório um espaço mais seguro do ponto de vista da saúde (37,5%) deveria estar entre as prioridades das empresas
O estudo da Cisco entrevistou 25.206 pessoas que trabalharam em casa por pelo menos dez dias. A pesquisa foi realizada entre 11 de agosto e 17 de setembro de 2020 em 27 países, entre eles Alemanha, Brasil, Espanha, França, Itália, Japão, México, Rússia e Taiwan. Foram ouvidos funcionários de empresas entre dois e 500 colaboradores de diferentes setores.