Durante a inauguração da tecnologia 5G experimental em Rio Verde/GO, o representante do Ministério das Comunicações, o coordenador de políticas de investimento, Marcelo Romão, afirmou que o 5G deverá chegar primeiro nas pequenas cidades brasileiras, acima de 600 habitantes e, consequentemente, nas áreas rurais.
“Para o leilão do 5G, vai haver uma mudança com relação aos leilões anteriores, do 3G e do 4G. Se vocês observarem, desde o final da década de 1990, quando o setor de telecomunicações foi privatizado, o foco dos leilões eram as zonas urbanas. Havia compromissos de cobertura notadamente para as áreas urbanas. Com o 5G, isso mudou. O governo federal publicou uma norma para as diretrizes do leilão do 5G em que fala sobre a conectividade para localidades com população superior a 600 habitantes, para vilas, aglomerados rurais, cidades, localidades com baixa população. Isso vai atingir com certeza o setor rural”, afirmou.
A ideia, segundo Romão, é levar banda larga às redes de transporte para os municípios que hoje não têm fibra ótica. Outra diretriz apontada pelo coordenador de políticas de investimento é levar conectividade para as rodovias federais. “Todas essas diretrizes vão mudar o cenário nessa nova tecnologia que vai ser licitada no ano que vem, com as faixas de frequência de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz e 26 GHz”, explicou.
Internet das Coisas
Romão também falou sobre a Internet das Coisas, outro ponto crucial para a agricultura 4.0, com a possibilidade de sensores serem usados para o monitoramento das queimadas ou da fertilidade do solo, do uso da água e para o uso de defensivos agrícolas. “Com o Plano Nacional de Internet das Coisas o setor rural também foi priorizado. É uma ação do governo federal voltado para quatro setores, entre eles, o ambiente rural, junto com saúde, indústrias e cidades inteligentes. Esses setores receberão investimentos em IoT e e 5G”, lembrou Romão.
Taxa zero
Ao finalizar sua fala, Romão deixou claro que o governo federal apoia as iniciativas para o desenvolvimento da IoT no País, como, por exemplo, os PLs que revisam e igualam a zero as taxas setoriais para a cobrança aplicáveis a dispositivos de Internet das Coisas. “Apoiamos que essas taxas sejam diminuídas e igualadas a zero para que haja o pleno desenvolvimento de Internet das Coisas especialmente para o campo, onde fará toda a diferença”, completou.
Sobre a Huawei
Durante a coletiva, o vice-presidente de relações institucionais da Claro, Fábio Andrade, aproveitou o microfone para agradecer a várias personalidades, entre elas ao presidente da Huawei no Brasil, Sun Baocheng. “Queria agradecer ao grande esforço de empreender no Brasil. Eles têm enfrentado discriminações, algumas dificuldades”, comentou. E, completou, se direcionando a Romão: “Queria que você voltasse ao ministério manifestando uma preocupação de todo o setor: que a gente possa participar do leilão do 5G sem nenhuma restrição a nenhum tipo de equipamento e que a gente possa ter o livre direito e garantir a segurança jurídica do Brasil”. Em um outro momento, reforçou: “Marcelo, diga ao ministro Fabio que a gente quer o leilão de 5G com todos os fabricantes, tá bom?”, completou Andrade.
O presidente da Huawei, Sun Baocheng também foi questionado sobre as declarações do filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro. Ele foi diplomático em sua resposta:
“Acredito que o governo brasileiro vai fazer a opção certa. A Huawei já está no Brasil há 22 anos e construímos as redes 2G, 3G e 4G e estamos cobrindo 95% da população do Brasil. Sobre as críticas dos Estados Unidos, não existe nenhuma evidência e essa resistência contra a Huawei é por ser uma empresa de alta tecnologia. E os Estados Unidos querem bater (superar) essa alta tecnologia. A Huawei está aqui e queremos trazer a tecnologia mais avançada para o Brasil, ajudando o desenvolvimento da agricultura do País”, resumiu.