A 99 (Android, iOS) lançou nesta quarta-feira, 9, o Guia da Comunidade 99, que trata sobre direitos e responsabilidades durante uma corrida no aplicativo. O documento de boas práticas foi elaborado em conjunto a partir de 18 conversas com grupos focais com 29 passageiras, passageiros e motoristas de todo o Brasil, incluindo mulheres, pessoas negras e LGBTI+, com o Instituto Ethos e especialistas, como psicólogos e antropólogos. Objetivo é reduzir casos de desrespeito, brigas, que representam 59% das ocorrências no app. Vale dizer que, de acordo com a empresa, apenas 0,004% do total de corridas na 99 terminam em alguma ocorrência. A 99 tem, atualmente, 750 mil motoristas ativos na plataforma, um total de 20 milhões pessoas que fazem parte da comunidade e está presente em 1,6 mil cidades do Brasil.
“A maioria das origens de atrito começam por coisas banais ou que poderiam ser resolvidas pelo diálogo”, explicou Pamela Vaiano, diretora de Comunicação da 99. A apresentação também apontou que 23% das ocorrências são casos de assédio e abuso sexual, e estão divididos igualmente entre passageiros (51%) e motoristas (49%) que sofrem com o abuso. Agressão verbal representa 14% dos casos, sendo 27% contra passageiros e 73% contra motoristas. As agressões físicas são mais comuns contra motoristas (81%) do que contra passageiros (19%). Discriminação (racismo, LGBT Fobia) representa 4% do total de ocorrências, sendo 69% contra passageiros e 31% contra motoristas.
IA
Em 2020, a 99 disse ter investido R$ 35 milhões em segurança na plataforma. Entre as soluções está o Rastreador de Comentários, algoritmo com inteligência artificial que detecta palavras nos comentários – tanto de motoristas como de passageiros – que podem estar relacionados a assédio sexual na plataforma. A solução, desenvolvida em conjunto com a ONG Think Olga e aplicada a partir de agosto, era capaz de detectar no início de sua atividade 350 palavras e, atualmente, identifica 1.020 termos.
O texto
O Guia da Comunidade 99 foi avaliado por Margareth Goldenberg, gestora executiva do Movimento Mulher 360 – organização que atua no engajamento de empresas na promoção da equidade de gênero e empoderamento feminino – e Ivone Santana, secretária executiva da Rede Empresarial de Inclusão Social e membro do Conselho de Gestão da Secretaria Estadual das Pessoas com Deficiência do Estado de SP. Também foram consultados um acadêmico dedicado a questões raciais, uma jornalista especializada em direitos humanos e um membro da segurança pública voltada a questões de gênero.