[Matéria atualizada em 07/01/21, às 23h31] O Facebook (Android, iOS) informou em sua conta no Twitter (Android, iOS), no início da tarde desta quinta-feira, 7, que vai estender o bloqueio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às suas contas no próprio Facebook, mas também no Instagram (Android, iOS). O período é por tempo indeterminado e pelo menos pelas próximas duas semanas:
“Acreditamos que os riscos de permitir que o presidente Trump continue a usar nosso serviço durante este período são simplesmente grandes demais, por isso estamos estendendo o bloqueio que colocamos em suas contas do Facebook e Instagram indefinidamente e pelo menos nas próximas duas semanas”.
We believe the risks of allowing President Trump to continue to use our service during this period are simply too great, so we are extending the block we have placed on his Facebook and Instagram accounts indefinitely and for at least the next two weeks. pic.twitter.com/JkyGOTYB1Z
— Facebook Newsroom (@fbnewsroom) January 7, 2021
Em seu perfil no Facebook, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg escreveu os motivos pelo banimento do presidente nas redes sociais. “Os eventos chocantes das últimas 24 horas demonstram claramente que o presidente Donald Trump pretende usar seu tempo restante no cargo para minar a transição pacífica e legal de poder para seu sucessor eleito, Joe Biden”.
Zuckerberg explicou ainda que Trump decidiu tolerar e não condenar os atos praticados por seus apoiadores no Capitólio. “Removemos essas declarações ontem porque julgamos que seu efeito – e provavelmente sua intenção – seria provocar mais violência”.
Como o Congresso confirmou o resultado das eleições nos EUA, o CEO do Facebook acredita que os próximos 13 dias, período em que Trump continua no poder, precisam decorrer de forma pacífica “e de acordo com as normas democráticas estabelecidas”, completou o executivo.
Zuckerberg também explicou que a empresa sempre permitiu que Trump usasse suas plataformas, mesmo que com eventuais remoções de conteúdo, por entender que o público tinha o direito o amplo direito ao acesso ao discurso político, mesmo que polêmico. Porém, o contexto atual é diferente e envolveria o uso das redes sociais para incitar “uma insurreição violenta contra um governo eleito democraticamente.”
Na noite da última quarta-feira (6), Twitter, Facebook e YouTube tinham bloqueado as contas do então presidente dos Estados Unidos por conta de um vídeo que incitava a violência.
Na noite desta quinta-feira, 7, o Twitter liberou a conta de Donald Trump. O presidente, então, postou um pronunciamento em formato de vídeo, no qual optou por um discurso moderado, condenando o ataque e pedindo reconciliação. Disse que ficou ultrajado pela violência e a atitude sem-lei dos invasores. Ele teria “imediatamente” pedido à guarda nacional e forças da lei federal que protegesse o prédio e expulsasse os invasores. “América é e tem que ser sempre uma nação de lei e ordem”, disse. O discurso apaziguador chega depois que congressistas recomendaram o uso da 25ª emenda da constituição norte-americana, que permite ao vice-presidente destituir o líder da nação.