As entrevistas de emprego parecem ter subido mais um grau de dificuldade: os candidatos agora terão que impressionar não apenas o recrutador como também um robô. Esta é a proposta do HireVue, um software baseado em inteligência artificial (IA) que se propõe a definir a empregabilidade de uma pessoa.

Segundo o HireVue, cerca de 100 empresas norte-americanas, incluindo GE, Unilever, Delta e Hilton, usam sua tecnologia. O software exige que os candidatos a empregos respondam a uma série de perguntas em um vídeo gravado. Em seguida, o sistema analisa várias características, incluindo a linguagem que estes candidatos usam, suas falas e expressões faciais. No final, é fornecida à empresa uma avaliação da adequação do candidato para a vaga, além de um placar de características, como”confiabilidade”, “inteligência emocional” e “capacidade cognitiva”.

A empresa criadora do HireVue já possui, há alguns anos, um programa de perguntas por vídeo para candidatos a emprego. Entretanto, só recentemente a IA foi incorporada no reconhecimento facial, e isso trouxe novas questões, inclusive éticas. Lindsey Zuloaga, cientista-chefe de dados da HireVue, disse à revista Wired que a empresa faz a triagem de preconceitos de gênero, raça e idade em treinamentos específicos. Entretanto, ela reconhece que pode ser mais difícil saber se o sistema é tendencioso em fatores como renda ou nível de educação, ou se pode ser afetado por alguma condição física, como a gagueira.

A polêmica chamou a atenção da legislação norte-americana e alguns estados daquele país restringem o uso do software. Em Nova York e Illinois, uma lei exige que os empregadores informem aos candidatos quando estão sendo avaliados por IA. Já Maryland proibiu totalmente o uso de análise facial.

 

 

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