Depois que a Comissão Europeia aprovou no fim do ano passado, o Google anunciou a conclusão da compra da fabricante de vestíveis Fitbit nesta quinta-feira 14, pelo valor da oferta inicial: US$ 2,1 bilhões. Em um comunicado em seu site, a compradora deu as boas-vindas aos funcionários da fabricante de relógios e pulseiras inteligentes e reforçou o compromisso de proteger as informações de seus usuários:
“Este acordo sempre foi sobre dispositivos, não dados, e deixamos claro desde o início que protegeremos a privacidade dos usuários da Fitbit. Trabalhamos com reguladores globais em uma abordagem que salvaguarda as expectativas de privacidade dos consumidores, incluindo uma série de compromissos vinculativos que confirmam que os dados de saúde e bem-estar dos usuários do Fitbit não serão usados para anúncios do Google e esses dados serão separados de outros dados de anúncios do Google. Também manteremos o acesso às APIs do Android que permitem que dispositivos como rastreadores de fitness e relógios inteligentes interajam com smartphones Android e continuaremos permitindo que os usuários da Fitbit optem por se conectar a serviços de terceiros para que você ainda possa sincronizar seus aplicativos favoritos de saúde e fitness com sua conta do Fitbit”, escreveu Rick Osterloh Senior, vice-presidente de dispositivos e serviços.
A empresa reforçou também que esses compromissos serão implementados globalmente e continuarão a trabalhar com reguladores em todo o mundo.
A Fitbit também publicou um comunicado em seu site, reforçando que a empresa continuará a mesma de sempre oferecendo produtos tanto para dispositivos Android quanto para iOS. James Park, CEO e cofundador da fabricante de vestíveis, apresentou alguns números. Em 13 anos de história, a companhia vendeu mais de 120 milhões de produtos em mais de 100 países. Ao todo, foram dados 275 trilhões de passos e registradas mais de 15 bilhões de horas de sono. Atualmente, a Fitbit possui uma comunidade de mais de 29 milhões de usuários de suas pulseiras e relógios inteligentes.
A trajetória
As especulações sobre a compra começaram em outubro de 2019, quando a Alphabet fez uma oferta para a sua aquisição. Dias depois, o Google confirmou a oferta de US 2,1 bilhões.
A partir daí houve a aprovação dos acionistas da Fitbit no início de 2020, mas começaram as especulações de que Google poderia coletar dados de saúde e dos exercícios dos usuários das pulseiras e relógios Fitbit para fins publicitários. Desde meados do ano passado a empresa vem negando esse uso e afirmando que seu interesse está no hardware.
Em comunicado à imprensa, o Google respondeu que a aquisição se trata de dispositivos e não de dados. “O mercado de wearables é altamente competitivo e acreditamos que a combinação dos esforços de hardware do Google e da Fitbit aumentará a concorrência no setor, beneficiará consumidores e fará com que a próxima geração de dispositivos seja melhor e mais acessível. Durante todo o processo, fomos claros sobre o nosso compromisso de não utilizar os dados de saúde e bem-estar da Fitbit para os anúncios do Google”, explicou à época.