O CEO da Oi e chairman do Conexis Brasil, Rodrigo Abreu, afirmou que a instalação do 5G não acontecerá sozinha no Brasil, ou seja, apenas pelo esforço das operadoras. Durante apresentação no evento Lide Next nesta quinta-feira, 28, o executivo explicou que a nova rede celular ganhará terreno apenas com a participação de todos os atores dos setores público e privado.
“O 5G representa a terceira revolução da conectividade no País. Ele é a próxima geração da infra. Ele será necessário para tudo que o Brasil faz”, afirmou o executivo. “O 5G tem que ser acolhido em um ambiente regulatório, legal e institucional para que faça sentido. Isso passa por: ocupação eficiente de espectro; incentivo ao investimento no edital do 5G; conectividade garantida; padrões claros de segurança; e razoabilidade econômica”, esclareceu Abreu.
Por sua vez, Pietro Labriola, CEO da TIM, explicou que o 5G terá um papel importante em soluções B2B2C. Ou seja, a operadora entregará aplicações para as empresas, e essas levarão seus serviços aos usuários. Labriola afirmou que este formato é diferente daquilo que aconteceu com o 3G e 4G, quando a velocidade da rede permitiu levar soluções como streaming de vídeo, redes sociais e mensageria diretamente ao usuário.
“O 5G habilitará os serviços de telemedicina, veículos conectados e segurança. Mas isso não depende da operadora. No passado, era a operadora que tomava a decisão de lançar uma aplicação. Hoje são as empresas. Nós (operadoras) colocamo-nos à disposição das empresas”, disse o líder da TIM. “É preciso pensar que (o 5G) será como as lojas de aplicativos. Tem milhões de aplicações para escolher. As operadoras constroem as plataformas. E as empresas e as indústrias podem construir novos modelos de negócios”, completou.
Outro executivo que participou do painel nesta manhã, Eduardo Ricotta, presidente da Ericsson no Brasil e Cone Sul, acredita em um passo a passo para a criação de aplicações no 5G. Para o executivo é preciso entender o benefício para cada negócio, preparar a oportunidade, analisar seu impacto e, por último, cocriar para desenvolver um ecossistema mais forte envolvendo os setores público e privado.
O tema da parceria entre operadoras, empresas e setor público também foi defendido por Leonardo Framil, presidente da Accenture na América Latina: “Será um jogo para jogar junto. Nós temos a mania de investir em áreas que não são o núcleo do negócio, pois não sinto confiança em investir em outra empresa. Portanto, é preciso ter o investimento e ter a cultura organizacional”.