A exigência de uma rede 5G de Release 16 com arquitetura standalone (SA), incluída na proposta de edital de leilão das novas frequências pela Anatel, não vai encarecer o custo de implementação da nova rede, garante o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville. Ele estima que 90% do investimento na rede 5G de 3,5 GHz será na rede de acesso, cujo preço do rádio é o mesmo no padrão standalone ou non-standalone (NSA).
“É falso que SA vai custar mais caro. Não se trata de achismo. São informações que temos com base nos contratos já existentes na Itália. O preço dos rádios NSA e SA na Itália são os mesmos. 90% do investimento que precisaremos fazer para ativar a rede 5G será no acesso. O que a Anatel exige é que a cobertura mínima seja feita em 50 MHz continuos em 3,5 GHz. Em termos de volume de investimento, portanto, SA ou NSA é igual”, argumentou o executivo, durante coletiva com a imprensa nesta quarta-feira, 9.
Os 10% de investimento restante será no core da rede. “Prefiro negociar sobre um novo core do que uma nova licença para o core existente”, acrescentou.
Além disso, o CTIO da TIM lembrou que uma rede standalone com Release 16 permitirá a oferta de aplicações de multiconectividade e baixíssima latência, gerando novas receitas para as operadoras. E será uma rede mais preparada para o futuro, inclusive viabilizando eventualmente a adoção do OpenRAN, o que tende a reduzir o preço dos equipamentos de infraestrutura. “Com SA abre-se um ambiente mais competitivo do ponto de vista dos fornecedores, criando uma oportunidade mais ampla de negociação, porque saio do lock-in. Talvez até consiga negociar melhor as redes do futuro”, explicou.
Valor da frequência
A grande questão que o setor de telecom brasileiro precisa debater agora, na opinião de Capdeville, é o preço das novas frequências, assim como os detalhes sobre a rede privativa para o governo federal, exigida em portaria publicada há duas semanas. “O valor mínimo da frequência: esse é o ponto no qual queremos concentrar o debate agora”, afirmou. A TIM, contudo, não divulgou uma estimativa de quanto valeriam as novas frequências.