Qesh

Cristiano Maschio, CEO da Qesh. Foto: Divulgação

A fintech Qesh lançou recentemente uma aplicação que permite adicionar uma chave ou QR Code Pix no boleto. Batizado de Bolepix, o serviço é destinado aos bancos e comércios que são clientes do serviço de BaaS da startup, essas instituições, por sua vez podem oferecer aos seus correntistas pessoa jurídica a solução de pagamento instantâneo no boleto.

Uma vez plugada na base do banco digital por API, o cobrador (PJ) pode informar os dados do pagador por meio de sua plataforma de pagamento. Com os dados em mãos, o algoritmo da Qesh gera o Bolepix com a chave de pagamentos instantâneos da instituição. Assim como acontece em um Pix normal, o dinheiro é liquidado no ato. Se o cliente pagador não tiver chave no sistema, a quitação pode ser normalmente via código de barra.

“O algoritmo que uso é para gerar o boleto com Pix. Nós pegamos o código cnab (de boleto) e traduzimos para o Pix. Ou seja, a aplicação gera o boleto e o Pix em uma folha só”, explicou Cristiano Maschio. “O interessante dessa operação (financeira) é que ela é construída dentro do banco. Tem toda a estrutura da conta. Quando gera o Pix é a chave daquela conta”, completou.

O cliente que instala o Bolepix em seu banco ou comércio digital pode checar os dados de transações por meio de um painel informativo.

Atualmente, o serviço de Pix com boleto está em uso com um cliente de emissão de notas da Qesh. Maschio relatou ainda que a expectativa é lançar uma versão do Bolepix aos correntistas pessoa física do banco em até um mês. Ainda assim, o executivo acredita que o uso será mais forte no meio comercial, em especial entre varejistas. Dito isso, a expectativa do CEO da Qesh é terminar 2021 com média de 800 mil operações de Bolepix por mês.

Sob demanda

Maschio explicou que sua empresa atua com um modelo sob demanda, ou seja, atende requisições específica de cada cliente. Questionado se essas criações são cobradas adicionalmente ao serviço de BaaS, o executivo disse que não: “Toda fintech que roda em um BaaS precisa de um acelerador de contas. Comprar um banco digital é simples. Nós criamos aceleradores para crescer”, afirmou.

Entre os exemplos citados de solicitação sob demanda está a inserção da Guia de Transporte Animal (GTA) no aplicativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), uma taxa que o produtor animal precisa recolher e pagar sempre que vende gado, por exemplo. Com a inclusão via app, o correntista pode pagar via push e evita caminhar até a cidade para pagar a guia. Algo que em alguns casos tem distância de 80 km.

Sobre outro estado adotar essa solução, Maschio revela que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) está adiantada. Em outros estados estão negociando.

Operação

Criada em 2015 como a insurtech Nextone, a Qesh mudou de modelo de negócios e partiu para o BaaS após participar do programa de aceleração da Visa. Com o novo formato funcionado a partir de 2019, a startup terminou o último ano com 22 contratos digitais e uma parceria para ser integrador de serviços do Banco Votorantim.

A empresa oferta serviços de banco de fim a fim, como banco digital, aplicativo e até serviço de mensageria, com envio de link para a finalização de uma compra. Agora, em parceria com o Votorantim, a Qesh planeja ofertar crédito para pessoa física e jurídica a partir do mês de abril.

A Qesh também utiliza machine learning com motor da AWS para prever usuário que não vai pagar e acompanhar regras de consumo e cobrança.

Até o final do ano, a Qesh espera chegar a mais de 100 clientes em sua base, em especial com a entrada de 80 bancos neste banco. Dessa estimativa, oito instituições estão com contratos fechados e devem ter seus bancos digitais ativados nos próximos três meses.

 

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