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Um dos maiores entraves para o desenvolvimento do mercado brasileiro de operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês) é a falta de preços de referência para a compra de tráfego no atacado. Na opinião de representantes desse segmento, que participaram de painel nesta terça-feira, 23, no Fórum de Operadoras Inovadoras, a Anatel deveria estabelecer preços de referência ou até regulá-los.

Marcelo Duarte, diretor de atacado e MVNO da Telecall, destacou que as operadoras brasileiras cobram das MVNOs autorizadas um preço por Megabyte sete a oito vezes maior que o seu custo. Ele defende o estabelecimento de preços de referência. “Mercados com preço de referência avançaram mais em MVNOs que o Brasil. Há exemplos na América Latina inclusive. Isso ajudaria muito a diminuir a discrepância no mercado de MVNOs”, sugeriu. “Queremos um preço coerente, que não incomode o cliente final”, acrescentou.

Tomas Fuchs, CEO do grupo Datora, foi além e pediu a regulação dos preços no atacado. “Sou a favor de regulamentar o preço. Um dos maiores problemas desse mercado é o preço e tempo que se demora para negociá-lo. Tem que ser um preço definido por volume. Mas não pode ser baseado em custo da operadora, mas no modelo de venda (para o usuário final)”, defendeu. O executivo ressaltou em seguida que as MVNOs não querem nada de graça, mas um preço no atacado que seja justo, para que todos os lados fiquem satisfeitos: MNO, MVNE, MVNO credenciada e cliente final.

A Colômbia é tido como o exemplo de mercado de MVNOs mais bem desenvolvido da América Latina. E seu sucesso é atribuído ao fato de o regulador ter regulado os preços no atacado.

O tema da regulação de preços está na pauta da Telcomp e é tema recorrente em conversas com a Anatel. Fuchs entende que a agência está se sensibilizando em relação ao assunto. Outra demanda regulatória do segmento de MVNOs é a possibilidade de a MVNO autorizada se conectar a mais de uma MNO, para não ficar presa exclusivamente a uma única rede.

O Fórum de Operadoras Inovadoras é organizado por Mobile Time e Teletime.

 

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