A Z1 (Android, iOS) é uma fintech voltada para o público adolescente, ou a geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010). Seus serviços incluem oferecer conta corrente, cartão pré-pago com função crédito, mas, sobretudo, proporcionar educação financeira a esse público. A fintech passou por nove meses de testes com uma base restrita de clientes. Lançada oficialmente em janeiro deste ano, a startup cresce 30% por semana.
“Essa geração é pragmática, autodidata. Eles nasceram digitais, com Internet, ganham menos que a geração anterior e são chamados de ‘geração da recessão’. Querem ser independentes, mas não sabem como sair da casa dos pais”, explica Sophie Secaf, cofundadora da fintech Z1.
Como a lei brasileira impede que um menor de 18 anos abra uma conta corrente sem a autorização de uma pessoa responsável, na Z1 é preciso que um adulto dê o consentimento para a abertura da conta. Porém, ao contrário de outros produtos que há no mercado voltados para essa faixa etária, o adulto não tem como controlar os gastos do adolescente, apesar de terem um app. Só é possível ver o saldo em conta mas não com o que o correntista está gastando.
O que oferece
A escolha em oferecer um cartão pré-pago com função crédito é pelo fato de ele proporcionar compras online, algo bastante feito por essa geração. Vale dizer aqui que a tarjeta tem bandeira Mastercard e é internacional.
A fintech também oferece Pix e boletos, inicialmente, pensando que fossem ser vistos como serviços complementares. Porém, como muitos dos clientes já trabalham ou querem trabalhar, os pagamentos instantâneos e os boletos tornaram-se features essenciais. Assim, a Z1 se deu conta de que, ao mirar no adolescente classe média, que receberia mesada dos pais e que usariam a conta para gastar, acertou em uma fatia dessa geração que já quer trabalhar e gerar renda.
“Muitos já trabalham, mas precisam receber pela conta do pai, tio, mãe. Na Z1, tentamos fazer esse processo (pais que precisam aprovar a conta) com o mínimo de fricção possível. A nossa comunicação é com o adolescente. A gente acredita que essa geração é autônoma e não a subestimamos”, resume Secaf.
“A gente achou que a penetração seria classe alta, A e B, mas é uma minoria. A gente soluciona um problema maior da galera de baixa renda, e a nossa maior base de usuário são esses adolescentes”, conta a cofundadora.
Educação financeira
Para fazer a parte de educação financeira, a Z1 só permite que o correntista gaste no cartão aquilo que está em sua conta. Não mais que isso. “Acreditamos que o primeiro passo para a educação financeira seja o fato de essa pessoa ter uma conta. E, depois, saber o quanto gasta. Mas vamos desenvolver features que estão no nosso roadmap, como categorização de gastos, permitir que a pessoa estabeleça metas”, exemplifica a cofundadora.
A Z1 também trabalha com conteúdo para ajudar seus correntistas a entender a gastar bem o seu dinheiro. Para isso, conta com um programa com embaixadores, que são influenciadores digitais da geração Z. O conteúdo está presente onde seu público está: no Instagram e no Tik Tok.
Apesar de seu foco ser no menor de 18 anos, a ideia da Z1 é retê-lo depois, em sua fase adulta. “Sabemos que a pessoa raramente troca de banco. E, acreditamos que, se está funcionando, a pessoa vai ficar. Queremos pegar o adolescente que não pode ter uma conta e ficar com ele para a vida. Nossa conta é diferente daquelas de um banco tradicional faz para essa geração. Temos pessoas jovens trabalhando para a gente, somos próximos dos influenciadores. Queremos fazer algo novo. Eles são autênticos, são desconfiados de instituições financeiras. É muito diferente ter um produto criado e pensado para essa geração”, resume Sophie Secaf.
Aportes
Z1 recebeu recentemente o aporte da aceleradora norte-americana Y Combinator – conhecida por investir em empresas como Airbnb, Twitch e Dropbox. Anteriormente, a fintech já havia recebido o aporte do fundo Maya Capital, de Lara Lemann, e dos fundadores da 99, Ariel Lambrecht e Renato Freitas.