Entre quarta e sexta-feira, 9, o Rappi (Android, iOS) ampliou de 26 para 28 o seu número de dark stores no Brasil. Em conversa com Mobile Time, Mariam Topeshashvili, diretora de dark stores do app, revelou um pouco da estratégia da empresa na oferta do novo sistema de compra e entrega rápida.
Fundadora da Avocado, uma startup de logística adquirida pelo Rappi em 2020, Topeshashvili explicou que a maioria das dark stores ficam na cidade de São Paulo (16). As outras lojas estão no Rio de Janeiro, Fortaleza, Campinas, Belo Horizonte e Natal. Os municípios foram escolhidos em razão da forte demanda de entrega rápida.
“Vamos entrar nas cidades que o Rappi tem uma demanda forte”, explicou a executiva, em conversa por vídeo dentro de uma dark store no Rio de Janeiro. “Geralmente, nós começamos primeiro com oferta de bebidas, depois vamos para os outros produtos. Em São Paulo, nós começamos com oferta de produtos completos”, completou.
A operação mexicana é separada da brasileira. Mas a executiva confirmou que o Rappi tem por objetivo levar as dark stores a outras localidades da América Latina.
Futuro
Inicialmente, os produtos das dark stores são comprados e controlados pelo Rappi. Em um segundo momento, Topeshashvili explicou que o Rappi colocará “corredores exclusivos” para lojistas parceiros e seus produtos. Sobre as categorias que devem entrar, a executiva citou padarias como prioridade. Outros setores serão restaurantes, farmácias e lojas de bebês, essa última é a categoria de origem da Avocado em 2018.
As categorias foram selecionadas de acordo com a demanda dos usuários por entregas rápidas, demonstradas por dados do Rappi e de seus parceiros associados. Em relação à criação de assinatura dedicada às dark stores ou combinando dark stores e dark kitchens, a diretora do aplicativo negou essa possibilidade. Em sua visão, a companhia seguirá apenas com a assinatura do Rappi Prime.
Como funciona
A tecnologia das dark stores é toda baseada na Avocado. O objetivo é levar um “delivery rápido na ponta”, explicou a executiva. Dentro de galpões, a tecnologia proprietária tem dois focos: o picking and packing (pegar produto e empacotar, na tradução livre do inglês) e gerir o fluxo de entrada e saída produtos.
“Para o empacotador, a tecnologia funciona por meio de app mobile, estação de trabalho ou relógio leitor (apelidado de relógio do Ben 10, em alusão ao desenho infantil). Esse sistema mostra: qual o produto pedido, a quantidade, a imagem original do produto, o código de barras e a posição dentro da loja”, explicou. “Estamos contratando muita gente, por isso tem que ser um aplicativo didático. A operação termina com empacotador ‘bipando’ a saída dos produtos”, concluiu.
O outro produto da Avocado nas dark stores é a gestão de inventário para administrar quais produtos estão em estoque. Segundo a diretora da companhia, a ideia desta plataforma é garantir ao consumidor que todos os produtos estejam disponíveis, de modo que o cliente não precise acompanhar a compra ao lado do celular, esperando que o entregador avise sobre falta de produtos.
Para entregar em até dez minutos na modalidade de delivery “turbo”, o Rappi considera clientes que estão em um raio de 2 Km do galpão.