whatsapppayO pagamento por WhatsApp foi finalmente lançado nesta terça-feira, 4, no Brasil. Mas como o WhatsApp vai ser remunerado por esse serviço? Ele não vai virar um banco, nem uma rede de adquirência. Não vai oferecer contas digitais ou emitir cartões. O WhatsApp vai ser um iniciador de pagamentos, através de autorização concedida pelo Banco Central à empresa Facebook Pagamentos do Brasil Ltda.

O iniciador de pagamentos não opera nenhuma transação. Trata-se de uma figura que se limita ao que o seu nome informa: apenas inicia o pagamento, entregando as informações para quem vai efetivamente processá-lo. O dinheiro, portanto, não passa em nenhum momento pelo WhatsApp. Porém, ele poderá ser remunerado por essa tarefa, a um preço ainda não conhecido, quando forem lançados os pagamentos para empresas. Por enquanto o pagamento no WhatsApp se limita a transações entre pessoas físicas, com cartão de débito, sem cobrança de qualquer taxa.

A figura do iniciador de pagamentos com pagamentos por crédito está prevista para ser lançada oficialmente no Brasil junto com a terceira fase do open banking, a partir de 30 de agosto, de acordo com o calendário do Banco Central. O órgão regulador fez uma consulta pública sobre o tema e ainda vai publicar as regras definitivas para a atuação dos iniciadores de pagamento. O que o Facebook tem, neste momento, seria uma autorização de iniciador de pagamentos ainda com restrições, conforme explica Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria Boanerges & Cia, em conversa com Mobile Time: “O WhatsApp ainda não é um iniciador de pagamento pleno, porque isso está em processo, o BC está elaborando as regras mais detalhadas. Porém, a linha geral já está clara: o iniciador de pagamentos é alguém que não põe a mão no dinheiro, não tem o risco de trafegar valores. Ele vai literalmente iniciar uma transação e vai facilitar o processo para o lado do pagador.”

A expectativa é de que o iniciador de pagamentos seja remunerado pela sua função, em um acordo comercial com a rede de adquirência. “Hoje em cartões é assim: a rede de adquirência recebe a taxa de desconto, fica com um pedaço e repassa o restante para emissor e bandeira. Vai ser algo análogo, mas com um elemento novo, que é o iniciador de pagamento.”

Um ano atrás, quando foi anunciado pela primeira vez, o pagamento por WhatsApp teria uma taxa de 3,99% para o lojista nas compras com cartão de crédito, o que é considerada alta no mercado. Ainda não foi confirmado se as condições se manterão as mesmas no relançamento dos pagamentos para empresas via WhatsApp. Além disso, a oferta de pagamentos para empresas depende da autorização do Banco Central.

 

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