BNDES

Um fundo de investimento em Internet das Coisas (IoT) avaliado em R$ 240 milhões foi lançado nesta quarta-feira, 12. Batizado de Fundo Indicator 2 IoT FIP, ele foi feito pela Indicator Capital em parceria com BNDES e a Qualcomm Ventures como principais investidores, além de Banco do Brasil, Multilaser, Motorola, Lenovo, Vivo, entre outros parceiros institucionais.

“A qualidade de empresas e executivos aqui presentes nesse fundo mostra o potencial transformador disso aí (IoT). Seja no agronegócio, na indústria, na cidade, o importante é que a gente aposte no setor”, disse Gustavo Montezano, presidente do BNDES. “Saímos agora dessa crise do novo coronavírus com uma desigualdade social enorme, uma finança pública desafiadora para o Estado. Então, mais do que nunca, é importante apostar nos setores disruptivos, pois a quantidade de inovação que se torna realidade no curto espaço de tempo é talvez nunca vista”, concluiu Montezano.

Na live de lançamento do fundo, os executivos explicaram que o valor angariado foi o dobro do esperado, R$ 120 milhões. Segundo Thomas Bittar, sócio da Indicator Capital, o investimento é focado em empresas de early stage (em começo de jornada) e terá um conselho formado com os cinco maiores investidores para tomada de decisões.

“Através desse fundo, nós daremos acesso para empresas que desenvolvem tecnologias muito quentes, inovadoras, startups e novos negócios, baseados em tecnologia, para fomentar esse mercado e a gente alavancar todo esse ecossistema de software e hardware. Toda essa transformação que está agitando o mundo, importante para o desenvolvimento dos países e alinhada com nossa missão”, afirmou Alexander Ostowiecki, CEO da Multilaser.

Outro sócio da Indicator, Derek Bittar, afirmou que o contrato dura 10 anos. Nesse período, a expectativa é de investimentos em 30 startups com tíquete médio de R$ 10 milhões, além de possibilidade de follow-on (investimento seguido): “Esse fundo busca fazer papel de liderança no IoT. Para cada startup que vamos atrair, queremos trazer capital nacional e internacional”, afirmou Bittar.

Representante do investidor âncora do fundo, Carlos Krokon, vice-presidente da Qualcomm e diretor executivo do Qualcomm Ventures, disse que o investimento pode ser feito em empresas que produzam soluções de conectividade, nuvem, analytics e dispositivos, em especial com foco no Plano Nacional de Internet das Coisas.

“O tema é tão transformacional, disruptivo, que é difícil para quem está no serviço dimensionar. Mas temos certeza de uma coisa: colocando política pública, parceria público privada (PPP) e capital na última milha podemos dar um salto de competitividade e produtividade no Brasil”, relatou o presidente do BNDES.

Vale lembrar, o Plano Nacional de Internet das Coisas, quando lançado em 2017, estimou que a IoT tem potencial de incrementar em US$ 200 bilhões ao PIB até 2025. Na época, esse valor equivalia a 10% do PIB.

 

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