A chegada do eSIM abriu um novo mercado para os fabricantes tradicionais de SIMcards: o fornecimento para OEMs do sistema operacional que vem embarcado no eSIM. Esse sistema operacional precisa seguir um padrão estabelecido pela GSMA para que seja interoperável, de maneira que possa ser acessado por qualquer operadora em todo o mundo. A brasileira Valid espera assinar ter até o final do ano seu primeiro contrato global para licenciamento do seu sistema operacional de eSIM para um fabricante de dispositivos móveis para o consumidor final, revela Salvador Cabrera, COO da Valid para as regiões de Europa, Oriente Médio e Ásia, em conversa com Mobile Time.
“É um sistema operacional diferente daquele de um SIMcard comum. É muito mais robusto, pois precisa funcionar em qualquer operadora e em qualquer aparelho. Importante lembrar que as operadoras botam aplicativos dentro do eSIM também”, destaca o executivo.
Ainda são poucos os devices para o consumidor final que usam eSIM, dentre os quais os smartwatches da Apple e smartphones flagship da Motorola e da Samsung.
No segmento de IoT, já existem OEMs usando o sistema operacional da Valid para eSIM, como a Infineon.
Plataforma para operadoras
Do lado das operadoras, é necessário ter uma plataforma de gerenciamento de assinantes com eSIM. É através delas que uma operadora faz a configuração remota do eSIM com os parâmetros para acessar sua rede e a ativação de um novo número. Ao redor do mundo, 14 operadoras e provedores de soluções de IoT utilizam a plataforma da Valid de gerenciamento de assinantes com eSIM, dentre as quais a Oi e a Claro Argentina.
Cabrera prevê que dentro de cinco anos metade dos dispositivos vendidos no mundo terão eSIM – mas não necessariamente todos estarão conectados a redes móveis por eSIM, já que muitos serão híbridos, com entrada para SIMcard removível também. “Os dois mundos vão conviver. Estamos preparados para essa convivência”, assegura.